Criança de 11 anos sodomizada na escola por 8 alunos. Funcionária “nada fez”

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Um aluno, de 11 anos, foi sodomizado por oito colegas, com idades entre os 13 e os 16 anos, no interior da escola de Vimioso, distrito de Bragança, e os factos foram comunicados à Polícia Judiciária e ao Ministério Público.

Numa nota enviada à agência Lusa, a Junta de Freguesia de Vimioso, presidida por José Manuel Alves Ventura, denuncia “um clima de terror e de encobrimento” que, alegadamente, se vive no Agrupamento de Escolas de Vimioso.

A nota relata vários casos de violência entre alunos, e entre alunos e funcionários, e dá conta de que, na sexta-feira, 19 de janeiro, ocorreu na escola um “episódio hediondo da sodomização”.

Várias fontes ouvidas pela Lusa confirmam o episódio de sodomização, que ocorreu cerca das 12h30, no interior do referido estabelecimento de ensino, “com recurso a uma vassoura” e na presença de, pelo menos, uma funcionária, que “nada fez” para travar os supostos agressores.

Esta informação que consta igualmente da exposição da Junta de Freguesia de Vimioso, que foi enviada à Direção Regional de Educação do Norte (DREN).

Segundo estas fontes, policiais e locais, dois dos agressores têm 16 anos, pelo que já respondem criminalmente, e os restantes entre 13 e 15 anos, acrescentando que, passado uma semana, tanto os alegados agressores como a vítima, continuam a frequentar o mesmo estabelecimento de ensino.

A alegada agressão sexual aconteceu na sexta-feira, mas só três dias depois, na segunda-feira, 22 de janeiro, é que a GNR foi informada da ocorrência, e só nesse dia é que o aluno foi levado ao Centro de Saúde de Vimioso e depois ao Hospital de Bragança, “com arranhões e queixas”.

Na terça-feira estiveram no local inspetores da Polícia Judiciária e, na quarta-feira, a vítima foi encaminhada para o Instituto de Medicina Legal, no Porto, para realização de perícias.

Fonte oficial da GNR disse esta sexta-feira à Lusa que foi contactada na segunda-feira pelo Centro de Saúde de Vimioso a dar conta da ocorrência, acrescentando que, tendo em conta o tipo de crimes em causa, comunicou os factos à Polícia Judiciária.

Em resposta enviada esta sexta-feira à Lusa, o Ministério da Educação diz que foram sinalizadas pelo Agrupamento de Escolas de Vimioso “duas situações”, sem especificar quais.

A nota do Ministério adianta que “foram desencadeados de imediato, e ao tomar conhecimento do sucedido, a instauração de 10 processos disciplinares a alunos que terão estado envolvidos no caso de aluno que terá sofrido a alegada agressão”.

O caso encontra-se sob a esfera do Ministério Público e mereceu intervenção da Polícia Judiciária, refere o ministério.

Também em resposta enviada à Lusa, o presidente da Comissão de Proteção de Crianças de Jovens de Vimioso, António Santos, confirma o episódio de sodomização, sublinhando que também só foi informado da situação pelas 16h35, de segunda-feira.

“Apercebendo-me de que a situação relatada, a ser verdade, era gravíssima, de imediato contactei a diretora do agrupamento escolar e a mãe da criança que, com algum sentimento de revolta, me descreveu tudo o que o filho lhe transmitiu mal regressou a casa vindo da escola por volta das 18h00”, explica .

O presidente da CPCJ de Vimioso, que é também vice-presidente da câmara local, diz que “pressionou a mãe da criança” a deslocar-se ao centro de saúde, para “avaliar qualquer lesão”.

Este é o segundo caso grave de agressão sexual a ocorrer em estabelecimentos de ensino no espaço de algumas semanas.

Em Dezembro, o Jornal de Notícias deu conta de que a Polícia Judiciária de Braga estava a investigar uma alegada tentativa de violação de um rapaz de 15 anos por quatro jovens no interior de uma escola profissional de Vila Nova de Famalicão.

ZAP // Lusa

9 Comments

  1. Pergunto, para que serve um diretor destes?
    Porque não expulsar da escola estes miseráveis? E a funcionária porque não foi ou é despedida?
    Está tudo doido neste país!!!

  2. Espero, muito honestamente, que tenha sido uma “brincadeira” muito parva, que não tenha realmente havido concretização do relatado, e que tenha ficado muito longe de ter chegado a concretizar-se.
    Mesmo sendo uma “simulação”, é altamente reprovável e merece castigo exemplar, com indemnização da vítima e trabalho comunitário para agressores, além de penas judiciais que se entendam adequadas.
    Se o relatado se concretizou, faltam-me as palavras para expressar a indignação. Neste cenário, as penas terão se ser muitíssimo mais pesadas.
    Devem preservar a vítima , evitando-se exposição despropositada.
    Por parecer que nunca é adequadamente penalizado, deve ponderar-se criminalizar exemplarmente quem assiste e quem incita, bem como quem capta imagens e as difunde, apenas para aumentar e perpetuar os danos dos ofendidos.

  3. Tenho um profundo nojo de ser português após ter visto esta notícia. Não consigo sequer imaginar o horror, a dor, o desespero e o medo que esse menino de 11 anos deve ter sentido, vítima de um tratamento inumano e totalmente insano, dos próprios colegas (esses garotos precisam de ser tratados com urgência pois estão muito doentes) e sem a ajuda de quem o deveria proteger… dentro da própria escola que o devia educar e preparar para a vida.
    Tornamo-nos num país decadente e torpe que assiste com indiferença a este tipo de violência extrema entre crianças…
    Estamos todos drogados ou a dormir? Pensem que o tremendo horror que aconteceu a este menino de 11 anos PODE VIR A ACONTECER TAMBÉM AOS VOSSOS FILHOS!
    Cada vez há mais disto neste país….
    Despertai! Antes que seja demasiado tarde…

  4. Se a vítima fosse feminina já tinham adotado medidas adequadas.. Continuam a não dar a mesma importância á violação masculina enquanto o trauma é igual senão pior.

    • Sem dúvida. É isso que tenho andado a dizer. O trauma da violação masculina é bem pior que a feminina. Deixa sequelas severas para a vida das quais muito dificilmente se recupera. E claro, estamos a falar de uma criança, não estamos a falar de um adulto que sempre tem mais chances de se defender socialmente. Isto para ser um verdadeiro exemplo de justiça e de que algo de bom se fez seria: cadeia com a funcionária que nada fez (mesmo que nada tivesse feito por medo), será sempre cúmplice do crime. Todos os agressores envolvidos expulsos permanentemente da escola com a obrigação de trabalho comunitário. E o irmão de 16 anos mais os outros miudos, terem de aguardar pelo devido julgamento aos 18 anos, quando aí sim lhe dariam uma pena de prisão. Era isto que tinha de ser feito pois só trabalhinhos comunitários não chega…

  5. Acho que deviam fazer o mesmo aos agressores, para sentirem na pele o que este menino passou, e para de futuro, pensarem 2x antes de o fazer.

  6. Sinais da decadência Social , a passos largos para o abismo . Jovens sem sentido de responsabilidade , afogados em tecnologias virtuais , sem educação moral nas Escolas , progenitores que divorciam das suas responsabilidades educativas “vai para a internet e não me chateeis” , ambiente político-económico pouco ou nada auspicioso , tudo isto está a formatar as novas gerações (no mau sentido) ! .

  7. Violação é violação. Não é melhor ou menos grave por ser em “machos” ou “fêmeas”.
    Os agressores têm que ser tratados como homicidas, porque pouco diferente são.
    Há aqui uma coisa que ainda é mais estranha. É que a violação foi feita com uma vassoura… portanto a única intenção foi maltratar, magoar, humilhar, etc, sem nenhum beneficio próprio. É maldade pura.
    Nestes casos, na minha opinião, para além dos agressores também os mais deveriam ser punidos. Os pais têm que ensinar aos filhos que não podem fazer estas coisas. Que não podem usar os mais fracos como “sacos de pancada”.
    Na verdade o que eu defendo nestas circunstâncias é um levantamento popular e a resolução disto com as próprias mãos. A justiça não serve para nada nestes casos. A justiça serve para fazer caça às bruxas. Nestas coisas, é a população que tem que resolver. Que tem que se juntar. Que tem que exigir explicações e responsabilização aos pais dos agressores.
    É realmente de uma decadência social assustadora.
    A pergunta que eu coloco a mim mesmo muitas vezes é: e como se resolve isto?

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