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Crédito Agrícola pagava dois mil euros a mulher do presidente para garantir “estabilidade emocional”

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O pagamento da subvenção, alegadamente num valor mensal de cerca de 2.000 euros, foi decidido para compensar a mulher de Licínio Pina por ter prescindido da sua carreira de professora para dar apoio ao marido.

A esposa de Licínio Pina, presidente do Grupo Crédito Agrícola, recebeu desde 2016 e o final do ano passado uma subvenção mensal de cerca de dois mil euros para dar “estabilidade emocional” ao marido. De acordo com o Jornal de Notícias, a situação já havia sido divulgada antes, mas Licínio Pina afirmou que não era verdade.

Segundo explicou o próprio presidente do Grupo Crédito Agrícola, a subvenção foi decidida para compensar a sua esposa por ter prescindido da sua carreira de professora para dar apoio ao marido. “A minha esposa é há mais de 36 anos o meu fator de equilíbrio e sempre me ajudou. Quando aceitei este desafio, coloquei como condição tê-la ao meu lado”, escreveu, numa carta datada de agosto do ano passado, o presidente do CA.

“Para o exercício das minhas funções e responsabilidades, necessito de disponibilidade total e acima de tudo, estabilidade emocional”, acrescentou ainda, explicando que o pagamento foi aprovado pelo banco e que era retirado da sua remuneração bruta, “não acrescentando custo adicional” ao Grupo.

A missiva foi escrita em resposta a uma carta anónima que circulou no Grupo. O caso gerou polémica e levou o Banco de Portugal a pedir explicações sobre o pagamento feito a Maria Ascenção Pina. A subvenção foi suspensa na sequência destas cartas que denunciaram o caso.

Ao Jornal de Notícias, fonte oficial do Grupo afirmou que, “na situação atual (…) não existe nenhuma ligação da esposa ou de qualquer outro familiar do eng.o Licínio Pina ao CA”. Por seu turno, a carta anónima “deve ser uma carta divulgada para as Caixas Agrícolas na sequência de denúncias anónimas e reportadas ao mandato de 2016-2018. O mandato atual de 2019-2021 está devidamente autorizado pelas autoridades reguladoras”.

Isto significa que, no novo mandato, já não se verifica o pagamento a Maria Ascenção Pina, apesar de o Grupo não esclarecer quando é que a subvenção deixou de ser paga e qual era o seu valor.

ZAP //

7 Comments

  1. É só mais un Banco, que parecia mais ou menos “impoluto”, que a partir de hoje fica no pódio dos Bancos com maculas de ilegalidades. Mais espantoso é ser reconduzido no cargo, por uma razão pouco compreensível !….enfim !…mais UN !

  2. Afinal os ladrões e o corruptos (a falta de ética e moral também é corrupção) são como as formigas, e, depois nunca acontece nada. Livra! Pelos vistos a honestidade no novo código penal vai levar a pena máxima – 25 anos -.

  3. Se o pagamento à dita Srª Pina «era retirado da sua (do Sr. Pina) remuneração bruta», por que razão tinha o banco que estar metido nisso e que aprovar uma decisão que só ao Sr. Pina dizia respeito?
    Não seria mais fácil, mais prático e mais limpo, no final de cada mês o Sr, Pina retirar do seu salário 2.000 euros e entregá-los, em mão, à Srª Pina?
    Ou esse contacto pessoal seria desfavorável ao seu estado emocional?
    Será que a disponibilidade total para o exercício das suas funções o impedia de estar com a Srª Pina?
    Que conto sem pés nem cabeça. Ou sou eu que já não entendo nada…

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