O presidente da CP – Comboios de Portugal, Nuno Freitas, disse hoje que, “sem levar em consideração o aumento da procura exponencial” atual, a empresa vai precisar de “200 a 250 unidades múltiplas para operar”.
“Nos próximos 20 anos, sem levar em consideração o aumento da procura exponencial que estamos a ter agora, a CP vai precisar de 200 a 250 unidades múltiplas para operar“, afirmou o responsável máximo da CP.
Nuno Freitas falava na abertura dos PFP Days 2019, um evento organizado pela PFP – Associação da Plataforma Ferroviária Portuguesa, que decorre hoje e na quinta-feira na sede da Infraestruturas de Portugal, em Almada, distrito de Setúbal.
Nos objetivos atuais, o responsável salientou o desejo de “fazer bem as coisas simples, regressar à base”.
“Tão simples como isto: o comboio aparece. Ou seja, nós queremos repor o índice de regularidade do serviço comercial da CP para 100%“, explicitou, acrescentando que o comboio deve aparecer “a horas”.
A empresa ferroviária pretende “melhorar o índice de pontualidade do serviço comercial de passageiros”, sabendo que esta melhoria “não depende só da CP, mas também depende muito da CP”. Nuno Freitas quer ainda que o comboio apareça “limpo”, classificando a limpeza como “grau zero do conforto”.
O presidente da CP afirmou que atualmente a empresa “trabalha com escassez de material circulante”, fazendo rotações de “dez em dez, cinco em cinco, vinte em vinte” comboios, e que “não há ninguém no mundo a operar desta maneira”.
Nuno Freitas alertou também para a “escassez de recursos humanos”, chegando ao ponto de “uma locomotiva de reserva estar a 10 minutos de um comboio que precisa de socorro” e não haver maquinista.
Sobre o plano de fomentar a indústria ferroviária em Portugal, Nuno Freitas assinalou que é um desejo da CP contribuir para esse desígnio.
“Gostaríamos muito e vamos fazer tudo para promover a construção de material circulante ferroviário em Portugal, para podermos garantir a sustentabilidade deste setor a médio e longo prazo”, afirmou.
O responsável falou ainda no “comboio português”, referindo que o mais provável é haver um “comboio ‘made in’ [feito em] Portugal”.
“Eu acho que Portugal tem condições excecionais para ter, com já teve, uma indústria ferroviária relevante”, afirmou. A CP vai assinar na quinta-feira o contrato de serviço público com o Estado, pela primeira vez na sua história, de acordo com fonte do Ministério das Infraestruturas e Habitação.
// Lusa