Covid: 12 mil portugueses teriam morrido sem vacina (e o tabaco como factor comum)

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Miguel A. Lopes/LUSA

Manuel Pizarro no Infarmed

Regresso das reuniões no Infarmed, muitos meses depois. Medidas apertadas não vão regressar.

Nove meses depois, voltou a realizar-se uma reunião no Infarmed sobre a COVID-19.

Um encontro realizado na manhã desta sexta-feira, que começou com alguns percalços: começou atrasado devido ao atraso de Marcelo Rebelo de Sousa e, cinco minutos depois de ter arrancado, a transmissão em directo foi interrompida – problema técnico.

A interrupção surgiu quando falava Henrique Barros, o epidemiologista que apresentou estimativas em relação à vacinação.

De acordo com o especialista, as vacinas anti-COVID impediram a morte de 12 mil pessoas em Portugal, evitou o aparecimento de 1.2 milhões de infecções, de 2 milhões de dias de internamento – 130 mil desses internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos.

Henrique apelou à continuidade de uma lavagem de mãos cuidada, de ficar em casa quando se está doente e de utilizar uma máscara em alguns contextos: quando a pessoa tem sintomas e nos espaços de grande risco.

E deixou outro número importante: “Nos primeiros 99 casos em Portugal, nas únicas mortes, o único factor de risco que essas pessoas tinham era serem fumadores“.

Henrique Barros também sugeriu que as pessoas voltassem a utilizar a aplicação Stayaway Covid – que nem está disponível há dois meses.

O epidemiologista trouxe também uma “boa notícia”, ao anunciar: “A frequência da COVID longa é inequivocamente menor. As pessoas vacinadas, mesmo quando infectam, têm menos consequências crónicas”.

João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, salientou que os números mais actuais mostram que 30% dos casos de coronavírus em Portugal foram causados pela variante BQ1.1.

Essa variante é “inequivocamente” a mais transmissível mas os resultados do processo de vacinação, com a vacina original, continuam a ser “estupendos“.

Carlos Alves, médico infecciologista e membro do Infarmed, repetiu: “Estar vacinado faz a diferença”. E mostrou dados: “Entre quatro a seis meses, há um decréscimo da imunidade para níveis de pré-reforço e não para a estaca zero”.

Pedro Pinto Leite, da Direcção-Geral da Saúde, admitiu o aumento do número de internamentos relacionados com a pandemia. A grande maioria de pessoas com mais de 60 anos e, mais recentemente, na faixa etária 50-59 anos.

Portugal apresenta uma média de 4 óbitos por cada milhão de habitantes, em sete dias; número muito inferiores aos limites europeus.

Manuel Pizarro também esteve na reunião e, depois do encontro, repetiu que o Governo não vai regressar aos tempos de medidas obrigatórias. “Agora é uma questão de literacia em saúde”, comentou o ministro da Saúde.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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