Covid-19 aumenta a inflamação no cérebro, o que, por sua vez, leva a níveis mais elevados de uma substância chamada ácido quinurénico, habitualmente mais elevada em pessoas com esquizofrenia.
A covid-19 grave pode aumentar até quatro vezes o risco de um paciente ser diagnosticado com esquizofrenia, segundo um estudo publicado no medRxiv no início de dezembro.
Para chegar a esta conclusão, a equipa analisou dados de mais de 650 mil pessoas da National COVID Cohort Collaborative, dos EUA.
Deste total de 650 mil, cerca de 219 mil participantes sofreram infeções moderadas, graves ou fatais de covid-19. Nenhum tinha histórico de esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão ou perturbação de personalidade.
Posteriormente, os investigadores descobriram que, três semanas após a infeção, 2573 pessoas foram diagnosticadas com esquizofrenia, e 50% desses pacientes tinham contraído covid-19.
O estudo revela que as pessoas que tiveram covid-19 apresentaram cerca de 4,6 vezes mais probabilidade de serem diagnosticadas com a condição do que aquelas que testaram negativo para o vírus.
Cerca de três meses após a infeção, as pessoas com covid-19 ainda apresentavam 70% mais probabilidade de serem diagnosticadas com esquizofrenia.
Uma das teorias apresentadas pelos especialistas é que a covid-19 aumenta a inflamação no cérebro, o que, por sua vez, leva a níveis mais elevados de uma substância chamada ácido quinurénico, habitualmente mais elevada em pessoas com esquizofrenia.
Relação inversa descoberta em 2021
Em 2021, estudos indicaram a relação inversa: a esquizofrenia como fator de risco para a covid-19.
Na altura, os investigadores descobriram que as hipóteses de pessoas com esquizofrenia morrerem de covid-19 são quase três vezes maiores em comparação com quem não porta o transtorno.
Em 2023, foram feitas descobertas importantes sobre a condição que esclareceram como é que a esquizofrenia afeta o cérebro.
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