O deputado social-democrata Carlos Peixoto recusou esta quarta-feira ter apelidado os idosos de “peste grisalha”, num artigo publicado em 2013, depois de o primeiro-ministro ter referido isso durante o debate quinzenal que decorreu esta manhã na Assembleia da República.
Durante o debate, e em resposta ao líder parlamentar do PSD, António Costa afirmou que Fernando Negrão “se senta ao lado de quem disse que os nossos idosos, que os nossos pensionistas eram a peste grisalha do nosso país”.
Esta afirmação levou Carlos Peixoto a interpelar a mesa, pedindo para fazer a defesa da honra, o que o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, remeteu para o final do debate. Quando tomou a palavra, o social-democrata acusou o primeiro-ministro de “falar do que não sabe”.
“O senhor comentou o que não lê, o senhor falseou, perverteu completamente a verdade”, afirmou o deputado, advogando que o “primeiro-ministro não tem noção daquilo que disse, e o senhor primeiro-ministro tem uma responsabilidade acrescida, porque está sentado num lugar que exige nível e exige elevação, [e] foi aquilo que o senhor primeiro-ministro aqui não demonstrou”.
De seguida, Carlos Peixoto apontou que o líder do executivo socialista “não tem nada de edificante para dizer ao país”, acusando-o de liderar “um Governo das famílias, onde impera a promiscuidade e a podridão“, e de estar à frente de “um partido que levou Portugal à bancarrota”. “Um primeiro-ministro que foi ministro duas vezes do primeiro-ministro José Sócrates, não tem autoridade moral para chegar aqui e apoucar quem quer que seja”, notou o social democrata.
“Aquilo que o senhor primeiro-ministro disse é mentira, mas quero dizer-lhe mais, eu tenho a certeza que o senhor deputado Fernando Negrão não tem vergonha de se sentar ao meu lado, mas já não tenho a certeza de que o seu antecessor, António José Seguro, e muitas das pessoas que tem no Governo, tenham vergonha de se sentar ao seu lado”.
O vice-presidente da bancada parlamentar social-democrata advogou também que o primeiro-ministro, “para defender e proteger os idosos, não precisa de apoucar ninguém, precisa apenas de fazer outra coisa”.
“Precisa, sabe de quê? De fazer um ato de contrição, por a mão na consciência e reconhecer aqui que foi o Governo do Partido Socialista de 2010 que congelou as suas pensões”, apontou, defendendo que António Costa tem de “demonstrar aqui a sua incapacidade pelo facto de não ter revelado ainda o estatuto do cuidador informal”.
“É reconhecer aqui que deixou o Serviço Nacional de Saúde no maior degredo de que há memória, prejudicando os idosos”, acrescentou.
Em resposta, Costa assinalou que Carlos Peixoto “não pediu a palavra para defender a sua honra”, mas para insultar o primeiro-ministro diretamente. “Posso deixá-lo tranquilo porque não insulta quem quer, e o senhor não me insulta diga o que disser”, referiu.
Passando “aos factos”, o primeiro-ministro declarou que o vice-presidente da bancada do PSD, “no dia 10 de janeiro de 2013, publicou um artigo no Jornal I, com o título ‘Um Portugal de cabelos brancos'”. António Costa, que lia o artigo no telemóvel, indicou que o texto “remata da seguinte forma: ‘a nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha'”. “Foi isto que o senhor escreveu em janeiro de 2013”, reforçou.
ZAP // Lusa
Que grande porratada levou o indiano ! Isto sim, é debate olhos nos olhos, sem medo das palavras.
Podridão da mesma nitreira! Enquanto não livrarmos o país do enxovalho de desgoverno por esta “corja” de tão baixo carácter, não somos dignos da história do nosso país.