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Costa recusa aplicar Plano B (com mais austeridade) exigido por Bruxelas

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partidosocialista / Flickr

O primeiro-ministro, António Costa, com o ministro das Finanças, Mário Centeno

O primeiro-ministro, António Costa, com o ministro das Finanças, Mário Centeno

A Comissão Europeia e o governo de António Costa não se entendem quanto à necessidade de um plano B, com mais austeridade, para aplicar em Portugal. Se a UE acredita na sua necessidade, o primeiro-ministro diz que o seu plano B “é executar o plano A”.

Este braço-de-ferro entre o governo português e a Comissão Europeia (CE) obrigou o Comissário Europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, a fazer uma clarificação, esta terça-feira, depois de ter dito ontem que o plano B, com medidas adicionais, é mesmo para implementar.

Hoje, Moscovici veio notar que “não há qualquer alteração” na posição da CE, frisando a diferença entre “se” e “quando”. Ora, o Comissário quer evidenciar que o plano B é mesmo para aplicar, só falta saber quando, se já ou mais tarde.

António Costa discorda da ideia e entende que um plano B não será necessário.

“Nós divergimos da Comissão quanto à análise. Nós não identificamos os mesmos riscos, mas tomamos boa nota das recomendações da Comissão e, na postura construtiva que sempre temos tido, preparar-nos-emos para qualquer eventualidade, porque a nossa determinação de alcançar os objectivos previstos no orçamento é total”, salienta o primeiro-ministro, citado pela TSF.

O governo compromete-se a elaborar esse plano B, mas diz que não é para implementar, na certeza de que as coisas vão correr bem.

“O nosso compromisso é uma execução rigorosa do orçamento, de forma a diminuir os riscos e a reforçar a confiança. O nosso plano B é executar o plano A“, nota Costa.

“Não vemos qualquer razão para alterar o orçamento, não vemos qualquer razão para temer a nossa capacidade de dar uma boa execução ao orçamento”, acrescenta o primeiro-ministro.

Costa diz mesmo ter a certeza de que, na Primavera, aquando de nova apreciação da CE, “já tendo em conta dados da execução, aqueles que hoje vêem riscos estarão mais confortados“.

Este plano B será o assunto dominante da reunião que o governo português manterá com Moscovici, esta quinta-feira, em Lisboa, algo que o próprio Comissário Europeu confirmou depois de ter realçado que estas medidas adicionais “terão que ser implementadas”.

ZAP

17 Comments

  1. Muito bem, Costa!
    Já chega de seguir fielmente as tretas desses parasitas burocratas da UE – com os resultados que todos temos visto na economia (e não só!) da EU!!
    Já que não ajudam, ao menos não prejudiquem!!
    Esse fracos da França, que não estão à altura da responsabilidade de serem o 2ª maior país da zona euro, continuam a andar com as “orelhas baixas” para a Merkel e vem agora com recados!…
    .
    Além de que, para países manhosos como o Reino Unido, Turquia, etc, etc, não falta dinheiro!..

  2. Começar a preparar a saída do euro e mandar os parasitas pastar noutro lado. O euro só interessa aos especuladores internacionais e aos seus criaditos portugueses.

  3. A actual Comissão Europeia é dominada pela direita liberal e quer a todo o custo fazer fracassar a solução governativa portuguesa para que sirva de exemplo a outros países e não tenham veleidades de eleger governos que governem, mesmo de forma ligeira, á esquerda.
    O pensamento unico , a ortodoxia económica liberal continua, infelizmente, a fazer escola na Europa e a trazer apenas e só miséria, desemprego, etc aos seus cidadãos.
    Oxalá o Costa se aguente, a tarefa não vai ser fácil.

  4. Lamento que o ZAP escreva a noticia, falando em desentendimentos entre Costa e Bruxelas. É o próprio comissário que veio esclarecer que foram as noticias dos jornais que não correspondiam ao que ele teria afirmado.
    Parece que o ZAP está torcendo para que Portugal adopte mais medidas de austeridade! É ridiculo!!!!

  5. Para quem escreveu os comentários anteriores só posso dizer que estou convosco e que a luta continua!
    Não deviamos era pagar nem mais um centavo do dinheiro que nos emprestaram para podermos continuar a pagar ordenados e pensões!
    Mas por outro lado esses mercados malvados deviam ter obrigação de nos continuar a emprestar dinheiro sempre que for preciso e à taxa que nós quisermos!
    Por favor deixem-se de balelas e ponham os olhos na desgraça que foi a politica seguida pelo governo grego.
    Quem sofre com esta onda de demagogia é sempre o povo que vai ficando cada vez pior já que para cada benesse que aparece, aparecem 2 aumentos de impostos!

  6. Para já o discurso cola (cá para o nosso povinho), pois a exigência da comissão europeia também não é para agora. Vamos ver mais lá para a frente (dois ou três meses) se o Costa milagreiro mantém o discurso.

  7. Acho curiosos certos comentários:

    “Não deviamos era pagar nem mais um centavo do dinheiro que nos emprestaram para podermos continuar a pagar ordenados e pensões!
    Mas por outro lado esses mercados malvados deviam ter obrigação de nos continuar a emprestar dinheiro sempre que for preciso e à taxa que nós quisermos!”

    Sim, não pagamos o que devemos, pedimos mais e eles só têm é obrigação de nos emprestar! Mais nada!!! E quando um dia for preciso porque já não há dinheiro para salários e pensões, nós pedimos e eles mostram-nos um manguito dizendo “Não pagam o que devem e ainda querem mais?”, como se vai fazer?

  8. Fernando… Não é essa a questão. A questão é a de que andamos a deixar os argiotas da alta finança Global tirarem partido do definhanso económico provocado pela especulação “ratinguista” dos juros da dívida.

    Se nós tivéssemos simplesmente de devolver o que pedimos era uma coisa. Provávelmente já estava tudo pago, mas isso não dava jeito nenhum a certos interesses económicos que beneficiam com os ordenados baixos e as privatizações do património do Estado, conseguidas à custa da Austeridade e do endividamento meramente especulativo.

    E depois quer dizer… Perdoam-se dívidas milionárias aos bancos privados, perdoam-se dividas fiscais às grandes corporações económicas (privadas), mas o Estado (vulgo: Você e Eu) temos de pagar tudo com juros e até ao último tostão. Como se não bastasse o Estado tem ainda de vender o seu património (meu e seu) a esses mesmos interesses privados que vivem à custa por um lado dos perdões às suas dívidas e impostos, e por outro, da austeridade fruto do não perdão de dívidas aos Estados. Como cereja em cima do bolo, criam-se Parcerias entre interesses privados e o Estado (PPPs e outras), nas quais os privados mamam os lucros e o Estado (você, eu e todos os contribuintes) suportam os prejuizos com impostos e austeridade.

    Até à Alemanha foram perdoadas as dívidas dos prejuizos que essa nação causou em toda a Europa (em particular na Grécia) com duas Guerras Mundiais provocadas pelos alemães. Até isso foi perdoado!.. E agora são os mesmos Alemães que querem que a gente pagues a dívida até ao último juro???!!!..

    Essa ideia estúpida que se tem vindo a incrustar no sub-consciente colectivo de que não há nada mais sagrado do que o pagamento de uma dívida e seus juros argióticos. Como se isso fosse mais importante do que a população comer… A mim deixa-me deveras estarrecido. Agora a dívida é mais sagrada do que o santo sepúlcro, querem ver?!.. Mas é só para uns.

  9. Não querem pagar!? É simples, não contraiam dívidas. Olha que esta! Agora andar a fazer PPPs, swops, autoestradas em todas as direções, CCB’s, Casas da Música, pontes com inaugurações flatulentas e merdas afins e no final dizer não pago. Ora f*****. Isto é mesmo um país de merda e de gente sem nada na cabeça. O problema está sempre nos outros. Já chega! Deixem-se de tretas e não permitam que governantes e súbditos partidários façam o que bem entendam com o dinheiro de todos nós. Agora vir dizer que a culpa é de quem empresta… JÁ NÃO DOU PARA ESSA MERDA DE DISCURSO. Vão-se todos f****

    • Merda és tu, que pensas que o país e as suas gentes são todos tansos como tu!!
      .
      Eu (e a maioria dos portugueses) não contraiu nenhuma divida!!
      .
      A máfia financeira internacional é que tem “espiões” nos governos que, ao mesmo tempo em que (supostamente) defendem os interesses dos povos, trabalham para os grandes grupos económicos (mafiosos) internacionais (como se vê agora o caso da Maria Luís Albuquerque), fazendo essas negociatas agiotas/ilegais – QUE NÃO DEVEM SER PAGAS (embora a maioria já esteja mais do que paga)!!
      .
      Não é difícil perceber o que se passa, mas, pelo teu discurso, não pareces ter capacidade para chegar lá, daí as barbaridades que escreves!…

      • claro que não contraíste nenhuma dívida! nem tu nem nenhum português.
        esse delírio deve-se ao facto de não te reveres na governação do chamuça ou é mesmo um transtorno psicótico?

        enquanto andas entretidito com espiões e teorias de conspiração, o nosso governo acaba de emitir divida a 10 anos com uma taxa de juro 30% acima da taxa da ultima colocação no mesmo prazo. ah! já me esquecia, não faz mal, “não pagamos”.

        o problema é quando “eles” (os papões que mandam nos espiões) acreditarem que a dívida não é mesmo para pagar. podes estar descansado que não vêm cá com paus exigir a dívida… apenas deixam de emprestar mais… o que na tua lógica até é uma coisa boa.

        o desafio depois será descobrir onde arranjar um dinheirinho para pagar o deficit (já agora, o malfadado deficit que é um fdp muito grande e muito mau é a diferença entre os impostos angariados junto da malta que por aqui se continua a f*der e os gastos do estado).

        se não se conseguir desencantar esse dinheirito também não fará mal, aumenta-se os impostos uns 1000% ou despedem-se os médicos e os professores todos (1/3 das despesas do estado são com saúde e educação) ou então f*de-se os pensionistas que até já estão habituados.

        haja paciência para tanta ignorância! votar deveria ser um privilégio em que seria necessário mais esforço do que o de apenas nascer e sobreviver até aos 18 anos. tipo um teste à boca da urna com 3 perguntas simples: quanto soma 6+7? quem é o atual presidente da república? quem é o atual presidente da comissão europeia? se se falhasse mais do que uma pergunta, ia-se para casa sem votar. talvez assim Portugal tivesse alguma hipótese de melhorar o panorama político.

    • A uns quantos Portugueses de memória “curtinha” , quando entramos para a dita EUROPA e veio o maravilhoso dinheiro , era a vê-los a fugir das cidades e pedir dinheiro para a famosa agricultura a fundo perdido…sim a fundo perdido porque eles até hoje não pagaram, não prestaram declarações de onde envestiram o dinheiro…mas se forem analisar os famosos jipes, barcos, apartamentos em Vilamoura comprados na “mesma” altura do início de actividade…..enfim, o engraçado é muitos desses que agora são contra tudo e todos foram criados com esse dinheirinho que os pais meteram no bolso, agora dizem-se que não se deve pagar…meu avô sempre me disse que no tempo do Salazar nunca ninguém lhe fez mal…porque roubar era um crime!!!

  10. Uma coisa é certa, Costa neste momento está a aplicar um esqueleto daquilo que prometeu ao país, entretanto já se fala em plano B e nós vamos aguardando para ver se é de facto necessário e quem levará a melhor no final se os credores ou os devedores, uma certeza temos todos nós, mais despesas exigem mais dinheiro, milagres aqui não existem.

  11. Bem, se o Costa aplicou até agora um esqueleto do que prometeu, o que pensar do Passos Coelho? Esse então deve ter sido invisivel pois não cumpriu absolutamente nada do que prometeu. Pelo contrário, só tramou a classe pobre e média.

  12. Ó ELE. Acredita mesmo no seu discurso da megacabala da conspiração?! Será que ainda não percebeu que o problema do país é falta de competitividade?! Sim! Pasme-se, falta de competitividade! Na grande maioria dos nossos setores não conseguimos ser competitivos. Junta-se a isso políticos “competentes” no desígnio que os levou a governar-nos (e não foi seguramente o bem público) e o resultado está à vista. Por outro lado ouve-se muito o discurso “eu não contraí nenhuma dívida, etc e tretas do costume…”. Pois estão todos muito enganados. Não o fizeram diretamente mas fizeram-no indiretamente. A partir do momento em que o estado português paga pensões e salários aos funcionários públicos que não pode pagar, “oferece” saúde e educação sem ter em conta o custo a que ela fica e os jeitosos do costume açambarcam o restante, lá temos nós todos que ir pedir dinheiro emprestado. Não se endividaram, mas o estado português endividou-se para vos pagar salários, pensões, saúde, etc. A nossa economia não gera receitas para o pagamento desses ditos salários, pensões e outras mordomias. As empresas têm a corda na garganta de tantos impostos que têm de suportar.
    Agora se não percebe isso e se quer continuar a teoria da cabala continue. Da minha parte também não lhe digo mais nada. Já o meu avô dizia “nunca se deve contrariar um louco”. Se ainda assim os sintomas persistirem faça um favor ao país e interne-se. Aproveite e abdique do direito de voto. O país ficaria melhor.

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