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Costa recebido com protesto contra cortes nos contratos de associação

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Fernando Veludo / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, na inauguração do Museu Municipal Abade Pedrosa

O primeiro-ministro, António Costa, foi este sábado recebido em Santo Tirso sob um forte protesto de centenas de pessoas que se manifestam contra os cortes no financiamento a colégios privados com contrato de associação.

O primeiro-ministro chegou com 25 minutos de atraso ao Museu Municipal Abade Pedrosa, para presidir à cerimónia que assinala a requalificação desta infra-estrutura, e entrou directamente nas instalações para descerrar as placas de inauguração, sem parar junto aos convidados e manifestantes.

Três representantes das escolas foram levados pela organização do evento ao interior do Museu, onde entregaram a António Costa “um estudo sobre as consequências que vão sofrer as 39 escolas que não vão poder abrir turmas”, disse uma das representantes, Filipa Amorim.

“Não se trata apenas de não abrir novas turmas. Estamos a falar de matar à machadada os colégios com contrato de associação”, sublinhou a representante dos manifestantes.

A comunicação social foi afastada deste encontro entre representantes e o primeiro-ministro.

No exterior do museu, onde foi montada uma tenda para o decurso da cerimónia, os manifestantes continuaram a gritar palavras de ordem.

Paulo Novais / Lusa

Pais, professores e alunos de colégios privados manifestam-se à passagem da comitiva do Primeiro-ministro, António Costa, em Águeda.

Pais, professores e alunos de colégios privados manifestam-se à passagem da comitiva do Primeiro-ministro, António Costa, em Águeda.

Costa diz que colégios privados terão sido iludidos

No final da visita deste sábado ao Museu Abade Pedrosa, em Santo Tirso, o primeiro-ministro afirmou que “talvez alguém” tenha iludido os colégios privados “na convicção de que os contratos de associação deixaram de ser exceção para passar a ser regra“.

Talvez alguém os tenha iludido, mas não é isso que está nos contratos, não é isso que está na lei, não é isso que está no nosso programa de Governo”, disse António Costa.

Costa lembrou que “os contratos de associação não são a única forma de colaboração entre o Estado e ensino particular e cooperativo”, adiantando que nada move o Governo contra este ensino nem contra a livre opção dos pais de onde querem educar os seus filhos.

“Agora a lei diz de forma clara que os contratos de associação só são utilizados quando a rede pública é insuficiente“, frisou.

Docentes dos colégios sentem-se traídos pela Fenprof

A associação que representa os docentes dos colégios com contratos de associação acusou hoje a Federação Nacional dos Professores de traição e de ser “cúmplice” de um governo que quer acabar com as escolas onde trabalham.

Os professores dos colégios dizem ainda que se sentem “sem qualquer proteção, cercados“, de um lado pelo governo, e do outro pela Fenprof.

“A Fenprof tornou-se cúmplice e defensora de um governo que quer condenar à morte as escolas onde trabalhamos e terá de assumir a sua responsabilidade pelo que está a acontecer”, acrescentam.

E por isso entendem que aquela estrutura sindical “perde legitimidade como defensora dos trabalhadores portugueses porque defende e apoia o despedimento de trabalhadores portugueses”.

/Lusa

3 Comments

  1. A máfia dos colégios está bem organizada e este “circo” só mostra que o governo está no caminho certo!!
    Engraçado é ver o povo (alunos, professores, pais) instrumentalizados a fazerem o “trabalho” de certos “empresários” dos colégios!…

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