Pássaro divorcia-se várias vezes para passar o inverno com outro parceiro

Investigadores verificaram que alguns casais vão, aos poucos, distanciando-se após o fim da época de acasalamento.

O chapim-real tem uma particularidade. Não é a máscara facial, o colar preto ou faces brancas: neste caso é o… divórcio.

Um estudo recente mostra que o chapim-real, este pássaro nativo da Europa, tem o hábito de “dar um tempo” ao seu parceiro. Afasta-se do parceiro, sabendo que pode voltar.

Depois da época de acasalamento, alguns casais de aves parecem separar-se, enquanto outros continuam juntos durante o inverno, para que possam reproduzir juntos na próxima estação.

Para os que se separam, os investigadores dizem mesmo que está em causa um “divórcio”.

O grupo de cientistas utilizou pequenos transmissores de rádio para rastrear o comportamento do chapim-real – que é visto como uma espécie monogâmica. Foram três anos de observações.

A “lua de mel” começa na primavera, quando os casais se juntam para acasalarem. O macho fica responsável por alimentar a fêmea enquanto ela choca os ovos; os dois participam na alimentação dos filhos após o nascimento. Quando os filhos aprendem a voar, o ciclo só se repetirá na próxima temporada.

Durante essa época, os investigadores ficaram atentos à quantidade de vezes que os pássaros visitavam comedouros instalados na mata. Muitos pares continuaram a frequentar os comedouros juntos, mas outros casais pareciam estar a afastar-se.

“Esses pássaros que se divorciam, desde o início já estão a associar-se menos nos comedouros, do que os pássaros fiéis. E isso só aumenta à medida que o inverno avança. Acho que estamos a entender cada vez mais até que ponto o comportamento social influencia a vida dos animais”, explica Adelaide Daisy Abraham, coautora do estudo, em entrevista à NPR.

Durante o inverno, os chapins recém-solteiros procuram novos parceiros ao longo dos meses mais frios – mas não garante que vão continuar com aquele novo parceiro quando a primavera chegar. Muitos separam-se outra vez no fim do inverno.

O bando inteiro pode simplesmente relaxar aleatoriamente até à altura de formar pares na primavera. Ou pode acontecer outro cenário: os ex-parceiros continuam a reproduzir durante o inverno e depois encontram rapidamente um parceiro quando o tempo começa a aquecer.

Ou seja, tal como acontece entre seres humanos, há sinais de distanciamento que podem surgir antes de uma separação.

A socialização faz diferença – e não é só para as pessoas.

“Na verdade, há muito mais a acontecer naqueles bandos de pássaros do lado de fora da sua janela do que imagina”, finaliza Adelaide Daisy Abraham.

ZAP //

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