Depois das demissões dos secretários de Estado da Internacionalização, dos Assuntos Fiscais e da Indústria, há mais saídas a caminho no Governo, mas os ministros que têm estado na “corda bamba”, por causa de Pedrógão Grande e de Tancos, estão seguros.
Estes dados foram avançados ao Diário de Notícias por uma fonte do gabinete do primeiro-ministro depois de anunciadas as saídas dos secretários de Estado Jorge Costa Oliveira (Internacionalização), Fernando Rocha Andrade (Assuntos Fiscais) e João Vasconcelos (Indústria).
Os três governantes pediram a demissão na sequência do “GalpGate”, tendo solicitado para serem constituídos arguidos no âmbito do processo criminal que investiga as viagens a França, realizadas durante o Euro 2016, e pagas pela Galp.
Nos próximos dias, vão sair do Governo outros “secretários de Estado que já tinham pedido para sair, por razões pessoais ou profissionais”, avança o DN, com base numa fonte do gabinete de António Costa.
O jornal assegura ainda que os ministros “estão todos de pedra e cal”, incluindo os detentores das pastas da Administração Interna e da Defesa, Constança Urbano de Sousa e Azeredo Lopes, envolvidos nas polémicas do incêndio em Pedrógão Grande e do assalto à base militar de Tancos.
Marques Mendes anuncia “mini-remodelação”
Também Marques Mendes, no seu espaço de comentário na SIC, avança com a ideia de “mini-remodelação” no Governo, considerando que “é provável que saiam mais alguns secretários de Estado”.
“Esta mini-remodelação deverá acontecer daqui a duas semanas, provavelmente depois do debate do Estado da Nação”, refere ainda o ex-líder do PSD, realçando que estarão em causa saídas “anteriormente previstas, por questões pessoais”.
Quanto a remodelação de ministros, só depois das autárquicas, vaticina o comentador da SIC.
Sobre as saídas dos três Secretários de Estado envolvidos no “GalpGate”, Marques Mendes diz que “fizeram bem” em demitir-se, mas avisa que estas “baixas” representam “um rombo em postos-chave do Governo”.
Quanto a Rocha Andrade, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, Paulo Ralha, já veio dizer que esta saída poderá atrasar o processo de negociação do próximo Orçamento do Estado.
“Tudo vai depender do entendimento do próximo secretário de Estado, que pode ser diferente e poderá obrigar ao recomeço e regresso à mesa das negociações”, disse à agência Lusa Paulo Ralha.
Costa diz que não podia recusar demissões
As demissões de Jorge Costa Oliveira, Fernando Rocha Andrade e João Vasconcelos surgiram no seguimento de notícias de que haveria várias pessoas constituídas arguidas no âmbito da investigação criminal ao “GalpGate”, entre as quais está um assessor económico do primeiro-ministro, Vítor Escária.
Em causa está o possível crime de recebimento indevido de vantagem.
António Costa já comentou as saídas dos Secretários de Estado, notando, em declarações ao Público, que “não podia negar-lhes esse direito”.
“Na semana passada, foram constituídos arguidos dois chefes de gabinete, os secretários de Estado acharam que deviam, eles próprios, tomar a iniciativa de requererem a sua constituição como arguidos e poderem exercer o seu direito de defesa“, explica ainda o primeiro-ministro.
Costa acrescenta que aceitou a demissão “apesar de não ter sido deduzida pelo Ministério Público qualquer acusação” contra eles, “nem consequentemente uma eventual acusação ter sido validada por pronúncia judicial”, conforme nota enviada pelo primeiro-ministro à Lusa.
O PSD já veio questionar o “momento político” para estas demissões que acontecem um ano depois de a polémica ter estalado.
ZAP // Lusa
Pela falta de respeito que demonstrou ao virar costas ao país em situação tão dramática quanto a mim deveria começar por ele próprio se tivesse algum carácter.
Porque será que os média não falam das javardices de empregos familiares de Carlos César !?
Das duas uma: ou inclui o BE e o PCP para finalmente consumar a coligação ou então sai de cena e deixa governar quem ganhou as eleições.