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Costa vira a página da geringonça

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António Cotrim / Lusa

O secretário-geral do PS, António Costa

António Costa perspectiva um “novo ciclo” na vida política nacional e dá a entender que o PS vai apostar tudo na maioria absoluta nas próximas eleições legislativas, para se distanciar dos espartilhos da “geringonça”.

Estas são as ideias que ressaltam da moção política que o secretário-geral do PS vai apresentar no próximo Congresso Nacional socialista, que se realiza de 25 a 27 de Maio.

Na moção intitulada “Geração 20/30“,são tímidas as referências à solução de Governo que fica conhecida por “geringonça” e que permite ao PS estar no poder. E quando essas referências surgem, sem nunca mencionar os nomes dos aliados Bloco de Esquerda, PCP e PEV, são sempre para auto-elogios ao PS.

“Cumprimos e estamos a cumprir tudo aquilo com que nos comprometemos perante os portugueses e perante os nossos parceiros parlamentares. E se hoje os resultados são melhores é porque boas políticas dão bons resultados“, aponta Costa a dada altura.

Todavia, “virada a página da austeridade”, está em marcha um “novo ciclo” em “que se irão reforçar as condições para que Portugal vença os desafios estratégicos da próxima década”, acrescenta o secretário-geral socialista.

Nas conclusões finais da moção, Costa é mais explícito e aponta o caminho da maioria absoluta do PS como a meta a alcançar nas próximas eleições legislativas. O primeiro-ministro não o diz declaradamente, mas salienta que o cumprimento das linhas estratégicas da sua moção depende da “capacidade e força do PS”.

Sem definir objectivos concretos para os próximos actos eleitorais, Costa destaca que os socialistas precisam de “reforçar a influência política e social do partido”.

Convergência salarial com a Europa

Na sua moção, Costa apresenta como principais linhas orientadoras a convergência salarial com a União Europeia, a redução das disparidades nos vencimentos nacionais, o aumento sustentado do salário mínimo nacional e a sustentabilidade da Segurança Social.

Para o futuro da Segurança Social, o líder socialista aponta como vias a explorar “a promoção de trajectórias mais sustentáveis e com melhor ajustamento dos tempos de trabalho ao longo da vida (em particular dos trabalhadores mais velhos), favorecendo o prolongamento da vida activa e a transição para a idade da reforma, mas criando melhores condições para que essa seja uma fase digna, com qualidade de vida”.

Neste ponto, defende-se ainda “a valorização da formação, da qualificação e aprendizagem ao longo da vida enquanto forma de promover o envelhecimento activo e saudável e o prolongamento das trajectórias profissionais bem sucedidas”.

O actual primeiro-ministro fala também de “uma política de actualização sustentada do salário mínimo, preferencialmente ancorada num objectivo de médio prazo, garantindo que o objectivo de elevar os salários mais baixos é prosseguido num quadro de previsibilidade e confiança para todos os agentes”.

“O PS deve liderar um movimento para um consenso estratégico de convergência salarial, tanto internamente, reduzindo as disparidades salariais, como externamente, promovendo a aproximação ao nível médio dos salários na Europa“, refere ainda Costa.

Atracção de imigrantes

As políticas de imigração estão também em destaque na moção de orientação estratégica que António Costa irá apresentar ao próximo Congresso Nacional do PS, entre 25 e 27 de Maio, na Batalha, em Leiria.

Em contraponto às políticas restritivas em matéria de circulação de pessoas e bens, no documento subscrito por António Costa defende-se antes a perspectiva de que “diversas actividades económicas beneficiariam da vinda de imigrantes”.

Na moção especifica-se mesmo que Portugal deve receber “quadros altamente qualificados em áreas como a agricultura, com elevadas necessidades de contratação, assim como em sectores fundamentais para a competitividade externa ou com elevado impacto do ponto de vista dos equilíbrios territoriais”.

Por outro lado, sustenta-se que deve ser estimulada a vinda de “estudantes e investigadores estrangeiros, nomeadamente para mestrados e doutoramentos”, já que poderão ter “um enorme potencial do ponto de vista da internacionalização das nossas universidades e de reforço do sistema científico”.

“É crucial reforçar os mecanismos de informação sobre direitos, condições e apoios, bem como a agilidade dos processos de legalização destes fluxos e da situação dos que já se encontram em território nacional, das autorizações de residência ao reagrupamento familiar de imigrantes e refugiados, combatendo desde logo redes de imigração ilegal, a clandestinidade e a economia subterrânea”, ressalva-se depois no documento.

Na moção do secretário-geral do PS constam também medidas de apoio ao regresso de emigrantes a Portugal (e à vinda de luso-descendentes).

SV, ZAP // Lusa

29 Comments

    • Epá, mas olha que é um humorista com trabalho feito… e muito jogo de cintura!
      O Passos Dedelho ou a Assunção Crinas não teriam feito melhor que o Chamussas!

      • Pois claro que não, aliás o 44 fez muito melhor.
        Mas vocês ainda pensam que enganam alguém com essa psicologia de 3ª classe? lol
        O tapete vai sair-lhe de baixo dos pés sem darem por isso, vão colocar Portugal de novo no buraco, mas desta vez já não conseguir enganar ninguém, a realidade vai ser tramada.
        Estão a endividar o País dez mil milhões/ano e depois vêm dizer que a dívida baixou, não ganhamos só para os juros, não pagam a ninguém para dar a entender que está tudo a correr bem, a humilhação será exactamente proporcional à manipulação que estão a fazer, lembrem-se disso.

      • Nem de propósito. Para onde corre o ribeiro? Para o rio que por sua vez corre para o mar. Para onde corre esta governação socialista? Para o buraco que por sua vez trará de volta o FMI.
        Já todos vimos este filme várias vezes. Como diz a Ana Gomes, o PS tem de ver qual é a sua relação com a corrupção e a ladroagem de uma vez por todas.

      • Está enganado. Vão enganar ainda muitos. Quase todos os que enganaram da outra vez. Quando isto estiver quase na bancarrota (outra vez), o chamussa e seus lacaios vão chamar a troika. Os outros que vêm a seguir começam a apertar o cinto á maralha, porque não há outro remédio. Os geringonceiros começam a dizer que que não era preciso tanta austeridade e as culpas caiem todas em cima dos outros. Como têm que tomar medidas impopulares o Povão cai-lhes em cima acusa-os de tudo e mais alguma coisa. Mais tarde, quando as coisas estiverem quase equilibradas, volta outra vez o costa a aliar-se à esquerda(lha) e começa a carregar os burros de impostos e a dizer que é mentira. Só visto…!

  1. Ele devia era virar a página da corrupção e da ladroagem dentro do PS, como diz a Ana Gomes e muito bem.

  2. Para a maioria dos comentadores desta página o ideal era ter no governo os Passos,Portas e companhia.
    Felizmente para a esmagadora maioria dos portugueses, mesmo com grandes recuos ( quando o PS se alia “ás direitas”) os roubos de Passos Coelho estão a ser revertidos pouco a pouco.Espero que a geringonça aperte mais um pouco no próximo orçamento, pois se o PS ganhar as eleições sem maioria (ou as perder para o PSD) vai fazer outra geringonça mas desta vez com o seu amigo Rui Rio, que está mortinho por tirar tudo o que já recuperamos.
    Quanto á limpeza da corrupção era também importante aprofundar os desvios daquele que dava cursos de estacionar avionetes!

    • Roubos do Passos? lol
      O 44 deixou os cofres cheios, lá por repetir uma mentira vezes sem conta ela não se torna verdade, de facto são muito inteligentes a redigir comentários, só é pena não o serem também a governar.
      Esmagadora maioria? lol
      Devem pensar que estão a escrever para miúdos da primária, nem sequer esses já conseguem enganar, aumentaram os impostos, aumentaram a dívida, assim qualquer um repunha, mas a habilidade irá sair-vos bem cara, a vocês e companhia, sempre acusaram os outros daquilo que são vocês a fazer.

    • O senhor é um pateta. Porque se esquece que o país mais votado nas últimas eleições legislativas foi o PSD, mesmo depois de fazer tudo aquilo que o senhor diz. Sabe… o povo não é pateta como o senhor. O povo vive o dia-a-dia com os pés bem assentes no chão. E sabe que a este ritmo eles (fmi e amigos) voltarão, caro pateta

      • Ele não é nada pateta, é apenas um profissional do meio, que finge muito bem, só que desta vez já não enganam ninguém.
        A ideia deles é apenas para que as pessoas pensem que não vale a pena irem votar, porque o PS já tem a maioria, assim ainda poderiam ter um resultado mais ou menos, porque se a maioria das pessoas forem votar nem 20% chegam a ter, é essa a jogada, são bastante inteligentes, só que há quem seja bem mais que eles.

      • “O povo vive o dia-a-dia com os pés bem assentes no chão” Tá enganado/a. Porquê? Porque o PSD ganhou! Mais pés no ar não é possível! Mas, permita que o corrija: O PSD ganhou sim as eleições (o partido e não o “país” como escreve – ou devo dizer os partidos PAF?) mas não teve maioria absoluta (mesmo com o Portas á mistura). A esquerda de forma clara (não me atrevo a dizer esmagadora por ser exagerado). E isto foi um claro cartão vermelho às políticas do parzinho Passos/Portas (o que realmente aumentaram os impostos de maneira nunca vista!). O povo escolheu a esquerda em vez da direita. E isso custa-vos a aceitar. A mim também me custou quando o Passos se juntou ao Portas (traquitana) e nos desgovernou durante quatro anos e meio com o aval de um dos maiores responsáveis (muito mais que o Sócrates!) pela crise actual e do recente passado: O Cavaco! Note que digo “um dos…” porque tenho consciência que os vários governos, (antes e depois do Cavaco) das várias cores políticas, tiveram responsabilidades, (nunca assumidas) maiores ou menores, pela situação actual. Mas isso também vos é muito difícil aceitar. Meteu-se-vos na cabeça que, quando o PS governa, estraga tudo, para depois o PSD vir consertar… Só alguém profundamente desonesto/a pode pensar assim.

  3. Lembra-se quem começou a “tirar”? foi o Sócrates quando o fogo lhe chegou a determinado sítio, e mesmo assim nos levou à bancarrota, E onde estava o Costa? na CML donde jurou a pés juntos era a sua vocação, como entretanto apareceu um “ladrão” (PPC) que tentou e em parte conseguiu, recuperar alguma credibilidade para Portugal, e quando os ventos se mostraram favoráveis, então o sr. Costa lá arranjou disponibilidade para se dedicar ao país. Onde estava ele quando Portugal tinha que satisfazer as exigências dos credores, que só nos emprestavam dinheiro mediante as tais medidas draconianas que o Partido dele assinou, a pagar juros acima dos 10%, e outras situações? Marcar golos assim é fácil, difícil é pegar a bola desde a baliza e fintar os adversários, ele limitou-se a empurrar a bola para dentro da baliza

    • O PPC conseguiu recuperar alguma credibilidade para Portugal? Que Portugal é esse?
      “Portugal tinha que satisfazer as exigências dos credores, que só nos emprestavam dinheiro mediante as tais medidas draconianas que o Partido dele assinou”. Mis uma vez, esqueceu-se que não foi só “o Partido dele assinou”… O CDS e o PSD (do seu “ladrão”) também assinaram. E muitas medidas (as mais austeras) forma exigência desses “dois”. E mais!… Quando nos (des) governaram, forma muito para além da troika e o tal entendimento que não foi autoria única do “Partido dele”…
      “ele limitou-se a empurrar a bola para dentro da baliza”. O Passos?… Ele pegou na bola e empurrou para a baliza… A nossa! Credibilidade? Só se fôr a de um país totalemente submisso!… Essa “credibilidade” dispenso.
      Parece que quem não se lembra é você…
      Também não se lembra que, antes do Sócrates, já se “tirava” e que, depois do Sócrates, se vai continuar a “tirar”. Seja que côr fôr! Puxe um pouco por essa lembrança… Pode até nem gostar da políitica de esquerda (o que é óbvio) mas passar o ónus todo para o PS/Sócrates/Costa não é ser honesto. E olhe que há gente honesta na direita (embpora não concorde com os seus ideais)! É importantíssimo não se esquecer do Cavaco, do Durão, do Guterres, do Soares, do Passos/Portas e de outros! Não se lembra? Eu lembro-me!…

      • Se o sr culpa o Cavaco, que deixou o Governo em 1995, já passaram 23 anos, talvez esteja na altura de culpar D. Afonso Henriques, pois foi ele que deu origem a Portugal

      • Porquê? E mesmo que saiba porquê, invalida o mal que esse “senhor” fez ao país?… E o Sr José Araújo só se lembra do Sócrates? Já agora… Porque não culpar o Sócrates por ter dado origem a Portugal (em vez do D. Afonso Henriques)? O meu intresse não é andar atrás no tempo e culpar a criação… É dar-LHE a entender que o Sócrates não é culpado de tudo. O Sócrates não é o único responsável da miséria em que vivemos. O Sócrates não é, foi ou será o único a “orientar-se”. A esquerda não é a única a fazer mal aos portugueses.
        Ah! O tal PPC que fala e que diz que “conseguiu, recuperar alguma credibilidade para Portugal”… Esse também meteu o “dele” ao bolso. Deve ter ganho uma comissão jeitosa quando vendeu a TAP (um negócio ruinoso para Portugal que o Costa conseguiu amenizar um pouco, mas muito pouco…) quando o seu governo estava já em gestão… Não… Não é preciso andar muito no tempo, não…
        Nota: “o Cavaco, que deixou o Governo em 1995” Pois… Já deixou o governo há 23 anos mas ainda sentimos os efeitos (e continuaremos a sentir…). Lembrar-se-á agora?… Ou a memória é selectiva?

      • Dou-lhe razão. Para além do socas44 também havia o verde pinho, o costa que era ministro da AI quando o país estava a arder e o 44 andava a tombar leões no Kénia. Mais tarde ministro a Justiça. Também o césar, o tal que não paga viagens e ainda recebe subsídios para compensar, tudo dentro da boa ética. E o ferroso para apoiar. Sem falar no salgado e no graneleiro da PT e o bava que também receberam muitos milhões com a falência da dita cuja. Mas há muitos mais…!

      • Boa… pena que só se lembre de alguns e se “esqueça” de outros com igual ou maior responsabildade!… Ou devo dizer irresponsabilidade…

  4. Estava certamente nos planos de António Costa, mas atenção que “elas” não são parvas .
    O “anúncio” pode ter sido prematuro, vai dar tempo para que façam umas “flores”, desde o início do enredo foi visível que acabariam por “comer-se”.
    É mais uma história que vai ter traição adivinhada e é pena porque “davam-se tão bem ! …”
    São de prever para breve as continuadas “cenas dos próximos capítulos e as TV´s não vão poupar-nos com ditos e mexericos e as “convenientes” repetições dos mesmos a toda a hora.
    PORTUGAL era um exemplo de bom convívio e sucesso político de uma experiência impossível.
    O PR tem apadrinhado e gerido bem, oxalá continue sábio, até no que …tiver que ser.
    Oxalá que o PR saiba continuar a ser apaziguador e moderador de conflitos, porque – além das suas outras capacidades – soube adquirir uma popularidade de nível “estratosférico” (palavra de António Costa hoje).
    FOI uma grande experiência. oxalá que TODOS a aproveitem no BOM SENTIDO !

  5. Se ele meteu a faca (simbolicamente falando claro está) num companheiro como não o faria a outros?
    Há sempre quem utilize os outros como degraus de escada para subir e ao fazê-lo os pés pisam, como não pode deixar de ser, os degraus utilizados.

  6. A mim, socialista convicto, não me enganas!
    Não sei em que partido vou votar – talvez no PAN! – mas sei que não vou votar na tua matilha de oportunistas. Bem recordado estou do estado em que o 44 deixou o país. Sem falar no que viemos a descobrir dele é dos seus sócios depois. Ou do que o Passos nos fez passar…

    • E ainda se diz socialista convicto. Você é que anda a enganar… Se calhar aprendeu isso com alguns políticos… Vá mas é enganar outro/a!

  7. Existe uma horda jornaleira paga à jorna que anseia pelo regresso do centrão e como tal passam a vida a descodificar aquilo que diz o primeiro ministro usando um descodificador próprio. Meus caros a única verdade nesta prosa é o Costa pedir a maioria. Mal seria se a não pedisse faz parte da política. Em relação ao resto não vejo no discurso nada que ponha em causa uma possível aliança da esquerda. Uma coisa eu sei. Fazendo fé nas sondagens a Cristas apesar de a COMUNICAÇÃO SOCIAL andar com a criatura num andor têm que fazer mais pois não chega para fazê parte de um governo.

  8. Aos ler os comentários só uma coisa me ocorre: os portugueses têm os políticos que merecem. Continuem a olhar para o umbigo e culpem-se uns aos outros. “ai o sócrates levou o país à falência” – sabem lá o que aconteceu à economia mundial nessa altura, nem sabem quem era a lehman brothers… nem vale a pena explicar porque nem querem ouvir, os culpados são o ps, é mais fácil do que tentar perceber a economia mundial. Estou curioso para ver o resultado das próximas eleições, mas só espero que não haja maiorias. A maioria é um monopólio político que devia ser ilegal para o bem da sociedade

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