As prioridades da direita e da esquerda para o orçamento suplementar diferem. António Costa tentará agradar a gregos e troianos naquilo que deverá ser o foco do orçamento.
Até julho, o Governo deverá apresentar o orçamento suplementar para enfrentar a pandemia de covid-19. No entanto, começam-se a jogar as primeiras cartas no delineamento do orçamento, com a direita e a esquerda a fazerem saber as suas reivindicações.
O presidente do PSD, Rui Rio, já lançou o mote, sugerindo que as empresas devem ser o motor da recuperação económica e que, para tal, o Governo deve criar todas as condições necessárias em sede fiscal para que isto possa acontecer. A solução pode passar por aumentar a “receita de determinados impostos para poder reduzir outros”.
A ideologia é partilhada por Francisco Rodrigues dos Santos. De acordo com o Expresso, o líder do CDS defende que é urgente injetar liquidez nas empresas, pagar as dívidas do Estado aos fornecedores, eliminar Pagamento por Conta, o Pagamento Especial por Conta e o Pagamento Adicional por Conta de IRC e IRS, bem como as contribuições das PME para a Segurança Social, ajustar as tabelas de retenção do IRS e passar um cheque de emergência até 15 mil euros para as PME.
À esquerda, as preocupações para o orçamento suplementar são outras. O Bloco de Esquerda argumenta que “o emprego é a primeira condição para a recuperação da economia”. Nesse mesmo sentido, o PCP rejeita o congelamento dos aumentos previstos para a Função Pública.
“O reforço de verbas tendo em conta esta realidade tem de ser feito em áreas cruciais, […] a primeira das quais o SNS“, reiterou Jerónimo de Sousa em entrevista ao Expresso. Os partidos de esquerda exigem também um maior investimento público.