Corrida a Belém: almirante vai sozinho, Marques Mendes “entalado”. Costa é o “VAR”

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ZAP // António Cotrim, Tiago Petinga, Miguel A. Lopes / Lusa

No PSD, “não vale a pena tapar o sol com a peneira”. No PS, António Costa veta Seguro: “é o VAR” para o “árbitro” Pedro Nuno na escolha para as presidenciais de 2026. Santos Silva também ainda “não se põe de fora” da corrida.

A corrida à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa começa a aquecer — e a gerar conflitos dentro dos principais partidos, PS e PSD.

Entre os sociais-democratas, alguns notáveis do partido liderado por Luís Montenegro quererão afastar Luís Marques Mendes da corrida, avança o jornal SOL esta sexta-feira, depois de tornada oficiosa a entrada do Almirante Gouveia e Melo, que disse esta semana estar indisponível ser reconduzido como Chefe de Estado-Maior da Armada.

“Não vale a pena tapar o sol com a peneira”, diz um senador do PSD ao Observador, que confessa que alguns sociais-democratas duvidam das chances de vitória do atual comentador da SIC.

“As hipóteses não são muito famosas”, concorda um dirigente do partido mais a Norte. Gouveia e Melo “é um adversário muito difícil. Não estou certo de que Luís Marques Mendes tenha o perfil indicado para o enfrentar”, diz ao jornal o presidente de importante distrital do PSD.

Há muita gente do PSD que gosta do registo determinado e do perfil do almirante Henrique Gouveia e Melo, é alguém que passa muito carisma. Não se sente isso por Luís Marques Mendes. Não vale a pena fingir“, diz outro dirigente “muito influente” em Lisboa.

“Gouveia e Melo ocupa um espaço de centro-moderado com o símbolo de autoridade por que muita direita suspira. Autoridade sem ter que ser autoritário. Era o sonho de qualquer líder da direita tradicional”, avança outra fonte, alto dirigente do partido.

“Pessoas querem um anti-Marcelo”, não um “copycat”

Há ainda quem aponte, dentro do PSD, que o facto de Marques Mendes ser uma “cópia” do atual Presidente da República — tem um percurso semelhante e foi conselheiro de Estado de Marcelo — não é propriamente uma vantagem, nos dias que correm.

“As grandes vantagens competitivas de Marcelo Rebelo de Sousa nas eleições de 2016 são hoje as desvantagens de Luís Marques Mendes”, diz outra fonte do Observador: “é um copycat de Marcelo”

As pessoas vão querer um anti-Marcelo, coisa que objetivamente Marques Mendes não é”, avança um senador do PSD.

Gouveia e Melo é ‘certinho’ e deve ir sozinho

Com o Almirante com lugar praticamente marcado na corrida, Marques Mendes não acha, no entanto, que isso o condiciona: “não altera nada” na sua decisão, disse no seu espaço de comentário na SIC.

Se avançar para a candidatura a Belém, Mendes deverá contar com o apoio de Luís Montenegro, seu amigo e colega há mais de 30 anos.

Da perspetiva de Gouveia e Melo, o eventual candidato a Belém mais bem posicionado em quase todas as sondagens, também não deve ser condicionante o facto de o PSD apoiar Marques Mendes: na verdade, não deve aceitar apoio de qualquer partido e deve ser candidato independente, avança fonte próxima do chefe da Marinha ao Expresso.

Até ao momento, o Chega foi o único partido que claramente demonstrou intenções de apoiar uma candidatura do Almirante.

“O Melo nunca deixará transparecer as suas simpatias por este ou aquele partido. Acho que se vai colocar numa posição suprapartidária, e o estatuto de militar é bom para isso, porque serviu os portugueses todos, de todos os partidos. Penso que levará esse espírito para a candidatura”, diz ao semanário um militar e antigo camarada de armas de Gouveia e Melo.

O almirante espera ser exonerado até ao dia 27 de dezembro e deverá avançar com uma oficialização da sua presença na corrida a Belém em março ou abril.

No PS: costismo veta Seguro

Se Augusto Santos Silva voltou a admitir, esta quinta-feira, ao jornal Público, que “não se põe de fora” da corrida, o secretário-geral do PS tem ainda Mário Centeno, António Vitorino e… António José Seguro — que disse recentemente que vai ponderar uma candidatura e que “está tudo aberto — numa shortlist de possíveis candidatos para as presidenciais de 2026.

No entanto, António Costa — que o afastou do PS em 2014 — e os ‘costistas’ já vetaram a hipótese Seguro.

O árbitro será Pedro Nuno Santos, mas o VAR será António Costa”, diz ao Expresso um ‘segurista’.

Tomás Guimarães, ZAP //

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7 Comments

  1. Os politicos metem nojo, não importa o que é melhor para o pais, sejam pessoas ou leis, o que importa é que os seus “boys” ou a sua visão vença. que se lixe o pais e que se lixe o povo

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