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Coronel dos Comandos suspeito de ocultar estado grave de recruta que veio a morrer

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José Sena Goulão / Lusa

O Ministério Público argumenta que o coronel Dores Moreira terá ocultado o estado grave de Hugo Abreu, recruta que morreu no curso 127 dos Comandos, em setembro de 2016.

A procuradora do Ministério Público quer acrescentar novos factos diretamente associados às circunstâncias da morte de Hugo Abreu, um dos recrutas que morreu no curso 127 dos Comandos, em setembro de 2016. A notícia é avançada esta terça-feira pelo jornal Público.

O então comandante do Regimento dos Comandos, coronel Dores Moreira, terá dado “ordens ao capitão-médico para resolver a situação de Hugo Abreu sem que fossem do conhecimento público as causas daquela situação”, lê-se no requerimento.

O Ministério Público entende, porém, que o seu estado físico justificava a transferência imediata para o hospital.

O relatório da autópsia argumenta que a causa da morte esteve relacionada com um golpe de calor que levou a uma paragem cardiorrespiratória. A procuradora Isabel Lima questiona a justificação apresentada, sugerindo que Dores Moreira tinha conhecimento prévio da gravidade do estado de Hugo Abreu, após um telefonema do médico às 15h.

O coronel defende que só teve conhecimento do estado grave de Hugo Abreu por volta das 18h, quando lhe foi comunicado que um outro recruta, Dylan da Silva, – que também viria a falecer – não apresentou melhorias após tratamento na enfermaria.

“Não há qualquer orientação para evitar transferências para o hospital de instruendos nas formações. […] Se porventura um instruendo tiver que ser transferido, deve sê-lo logo”, disse Dores Moreira, na sessão de julgamento do dia 28 de outubro.

O Ministério Público, citado pelo Público, argumenta que Hugo Abreu terá ficado inconsciente na viatura que o transportou para a enfermaria e não terá voltado a recuperar os sentidos.

A procuradora sugere ainda que o INEM terá chegado já depois da sua morte e que o médico terá colocado na sua boca um tubo de Guedel – normalmente utilizado para facilitar a oxigenação – para fazer crer que teria chegado antes da morte.

Agora, o coletivo presidido pela juíza Helena Pinto terá de admitir ou não estes novos factos como relevantes para a descoberta da verdade. A decisão final é esperada esta terça-feira.

Daniel Costa, ZAP //

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9 Comments

  1. Haverá muitos comandos bons, quero acreditar, mas há alguns (porventura muitos) que são uns covardes, uns frustrados, uns incapazes, que se mostram fortes para os fracos mas que são sempre fracos para os fortes, que sempre que fazem uso da autoridade fazem asneira. Esta gente não interessa a ninguém, nem aos próprios comandos, que deviam ser os primeiros a ter mecanismos de por no lixo esta gente.
    Agora que se sabe o que se sabe, espera-se que TODOS os assassinos destes 2 jovens tenham a pena que merecem.
    Que se aproveite tb a oportunidade para fazer uma purga, quer nos comandos, quer em todas as intituições.
    Gente JUSTA precisa-se urgentemente.

    • Comentário muito brando para esses pseudo-patriotas… Escândalos atrás de escândalos, sempre a meter ao bolso, sempre com medo da verdade. Em Àfrica ,estes heróis eram especialistas em chacinas de mulheres ,velhos e crianças!

      • Obviamente este comentáriocfoi extremamente ofensivo para todos os antigos comandos que orgulhosamente serviram a Pátria ondrcwuer que trnham estado. É o comentário de alguém que usa inverdades para tentar sobresair. Como ex-oficial Comando sei perfeitamente do que um comando era capaz técnicamente. E nunca houve envolvimento em acções do género das relatadas, antes pelo contrário.Os Comandos eram altamente treinados e disciplinados, talvez noutras tropas menos disciplinadas houvessem casos graves de indisciplina, porém não conheço nrnhum em concreto. No meu curso morreram alguns cadetes, mas por questões muito pontuais de indisciplina no próprio Centro de Instrução, alheias aos instrutores.
        Claro que os Cursos de Comandos sempre foram física e psicológicamente exigentes. Só assim se conseguem forças armadas competentes .

    • Sim, e cursos de comandos menos exigentes. É uma violência fazerem os rapazes correrem. Ficam todos suados e depois? Ainda apanham uma constipação ou pior.
      Se um dia precisarmos de soldados mandamos vir do Paquistão; em saldos!

      • É essa mentalidade bruta, ridícula, burra que não só não prepara ninguém, como ainda por cima só faz estragos.
        Na sua mentalidade, por exemplo, um bom treino de um pugilista seria esmurrá-lo bem esmurrado. Quanto mais melhor. Se lhe partíssemos o queixo, os dentes, o nariz, se o cegássemos, então aí é que ficaria bem treinado.
        Perceba que um bom treino para um pugilista é ensiná-lo a esquivar-se e a atacar. Não é agredí-lo.
        Perceba que não consta que os melhores atletas, os melhores maratonistas e ultramaratonistas não precisaram de treinar em situações de risco de vida para atingirem o seu nível. Um bom treino preserva sempre quem treina.
        Exigência não é estupidez!

  2. O mal está na formação da própria pessoa, ter estrelas ou galões sobre os ombros, mas não saber comandar nem respeitar os outros exigindo apenas que estes se submetam aos seus prazeres, não passam de elementos frustrados possivelmente até mimados e desprovidos de valor humano, são no fundo, uns falhados como seres humanos.

  3. Boas,
    eu sei o que se passa com os comandos, têm o complexo de inferioridade em relação aos PARAQUEDISTAS e FUZILEIROS, eu fui Paraquedista e já na seleção rigorosa á época, os eliminados diziam “não sou aceite aqui mas nos comandos serei aceite”, fiz muita marcha ou corrida cheio de equipamento em pleno calor e nunca vi nenhum colega ou de outras recrutas ir a baixo. Os monitores/instrutores são muito exigentes mas sabiam avaliar todas as condições. Cada vez que ia mos correr ou marchar avisavam nos pelo menos meia hora antes para ir mos bebendo águas gradualmente e podia mos levar o cantil cheio que sobrava sempre água.
    Aquilo que aconteceu lá foi ridículo, já aconteceu mais vezes e desconfio que devia de haver algum desafio entre aqueles graduados, para ver qual curso morria mais gente.

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