As duas Coreias abriram esta quarta-feira caminho ao ambicioso projeto de ligação das estradas e ferrovias entre os dois países, mas, sem progresso nas negociações nucleares, os comboios não devem atravessar a fronteira tão cedo.
A cerimónia realizada na cidade fronteiriça de Kaesong acontece semanas depois de as duas Coreias iniciarem inspeções conjuntas em linhas ferroviárias do norte, que esperam que um dia venham a ter ligação com o sul.
Este é um dos vários gestos de paz acordados entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que avançam com este compromisso quando existe um impasse nas negociações nucleares entre Washington e Pyongyang.
Contudo, para além das inspeções e da cerimónia, as Coreias não podem avançar muito mais sem o levantamento das sanções lideradas pelos Estados Unidos contra o norte.
Um comboio sul-coreano que transportava cerca de 100 pessoas -, incluindo funcionários governamentais, políticos e familiares idosos separados pela Guerra da Coreia (1950-1953), entrou na cidade fronteiriça norte-coreana de Kaesong. Segundo o Ministério da Unificação sul-coreano, participaram na cerimónia oficiais do norte e do sul.
Autoridades chinesas e russas também foram convidadas a testemunhar o início simbólico de um ambicioso projeto que Seul espera, um dia, poder ligar a Coreia do Sul com as ferrovias Trans-China e Trans-Sibéria. A secretária-executiva da Comissão Económica e Social das Nações Unidas para a Ásia e o Pacífico, Armida Salsiah Alisjahbana, também participou da cerimónia, de acordo com o Ministério sul-coreano.
O Governo de Seul planeia agora realizar mais pesquisas antes de elaborar um plano detalhado para o projeto. A concretização do projeto vai continuar a depender do progresso na desnuclearização do Norte e do estado das sanções contra aquele país, apontou Seul.
“Planeamos manter as negociações detalhadas com o Norte para coordenar os níveis específicos que queremos alcançar na modernização das ferrovias e estradas e como realizar o projeto”, disse o porta-voz do Ministério da Unificação, Eugene Lee.
// Lusa