A Coreia do Sul retirou esta quarta-feira oficialmente o Japão da sua lista de parceiros comerciais preferenciais, após a mesma medida ter sido aplicada por Tóquio, num agravamento de tensões diplomáticas entre os dois países.
A medida já tinha sido anunciada pela quarta maior economia da Ásia, com o Governo sul-coreano a alegar “problemas nos controlos de exportação de materiais sensíveis”, mas só esta quarta-feira entrou em vigor. A saída do Japão da chamada “lista branca” de Seul prevê mais obstáculos burocráticos para o transporte de mercadorias.
A título de exemplo, as empresas nacionais que exportam bens estratégicos para o arquipélago deverão apresentar cinco documentos (em vez de três) para obter aprovação na alfândega sul-coreana, o que estende o processo burocrático de cinco para cerca de 15 dias.
A medida surge depois depois do Japão ter ativado, em julho, restrições às exportações de materiais químicos básicos para a fabricação de telas e chips de memória. E de ter retirado, mais tarde, a Coreia do Sul da lista de parceiros comerciais preferenciais, por suspeitar que não foram aplicadas medidas de segurança suficientes no setor tecnológico.
As autoridades sul-coreanas acreditam que os controlos do Japão são retaliações por decisões judiciais, algo que o governo japonês negou.
No final de 2018, o Supremo Tribunal sul-coreano determinou que as empresas japonesas presentes na Coreia do Sul tinham de pagar compensações a cidadãos coreanos, ou aos herdeiros, escravizados por aquelas companhias durante a Segunda Guerra Mundial.
Com base no tratado de 1965, o Japão, que colonizou a península coreana entre 1910 e 1945, entregou 300 milhões de dólares às vítimas, dinheiro que a ditadura militar de Park Chung-hee não fez chegar a todas, motivo que levou milhares de pessoas a denunciar recentemente a situação às autoridades sul-coreanas.
// Lusa