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Coreia do Norte poderá ter frota secreta de submarinos balísticos

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DoD / Wikimedia

Vista aérea de estibordo de um submarino soviético de mísseis balísticos classe Golf-II (1985)

Vista aérea de estibordo de um submarino soviético de mísseis balísticos classe Golf-II (1985)

Sabe-se muito poucosobre as verdadeiras capacidades militares da Coreia do Norte, e segundo alguns especialistas, é possível que em caso de um conflito armado Pyongyang apanhe mesmo os seus inimigos de surpresa – por exemplo, com uma sua alegada frota secreta de submarinos com capacidade nuclear.

Num artigo publicado no passado dia 2 de maio, o site 38 North, que monitoriza a situação política e o estado das Forças Armadas da Coreia do Norte, revelou ter descoberto através de fotos de satélite uma segunda plataforma marítima norte-coreana para lançamento de mísseis balísticos.

A existência da primeira plataforma deste tipo na Coreia do Norte foi revelada em 2014. Especialistas sul-coreanos e americanos consideram que a maioria dos lançamentos de mísseis balísticos é realizada a partir destas plataformas, e não de submarinos, como alegam as autoridades militares norte-coreanas.

Em 2014, especialistas avaliaram que Pyongyang estaria a 2 ou 3 anos de conseguir lançar mísseis a partir de submarinos, e realçaram que, mais cedo ou mais tarde, após uma fase de testes com as plataformas marítimas, a Coreia do Norte conseguiria fazê-lo com sucesso.

Segundo o National Interest, na década de 90 vários submarinos soviéticos classe Golf-II (ou Projeto 629), submersíveis diesel-eletricos capazes de lançar mísseis balísticos, foram descomissionados. As causas de tal decisão ainda estão incertas. Segundo algumas fontes, pelo menos um dos submarinos foi vendido à China para testar mísseis balísticos.

Segundo os peritos, é possível que entre 2012 e 2014 a Coreia do Norte tenha iniciado a construção de uma nova classe de submersíveis próprios, designados “Gorae”.

Esta classe de submarino poderia lançar um ou dois mísseis balísticos a uma profundidade de entre 10 e 15m, ou seja, sendo necessário aproximar-se da superfície para efectuar o lançamento. Os submarinos modernos podem lançar mísseis a profundidades de até 50m.

Não há dados exactos sobre o Gorae, um submersível classe Sinpo inspirado nos submarinos jugoslavos da classe Sava e Heroj, com influência dos submarinos soviéticos  classe Kilo. Mas especialistas sul-coreanos sugerem que o Gorae é um reverse engineering dos submarinos Golf-II descomissionados que Pyongyang comprou à Rússia nos anos 90.

O alcance deste submersível norte-coreano não supera 750 milhas náuticas (quase 1.400 km), com velocidade de 20 nós (37 km/h). Mas, na verdade, nunca foi confirmado que a Coreia do Norte possui um submarino deste tipo.

Especialistas americanos não encontram muito sentido no uso do Gorae, já que este submarino ultrapassado não será capaz de realizar missões de longo alcance, por exemplo, para realizar um ataque nuclear preventivo ou um ataque de represália.

Além disso, não poderá sair despercebido do seu porto, nem sequer proteger-se pelo sistema de defesa antiaéreo norte-coreano, isto é, será eliminado em instantes. O autor do artigo também recordou que, durante as manobras norte-coreanas, os submarinos passam apenas de 3 a 5 dias no mar antes de regressar a seus portos.

Além disso, caso algum destes submarinos conseguisse até, de alguma forma, sair discretamente do seu refúgio, seria uma missão suicida só de ida, para lançar mísseis contra instalações americanas no Japão – país bem familiarizado com o conceito Kamikaze.

A imprensa sublinha também que o Gorae pode ser usado para testes de mísseis ou, a longo prazo, para a criação de novas gerações de submarinos norte-coreanos mais sofisticados.

Actualmente, segund diversas fontes, a frota submarina da Coreia do Norte terá entre 52 e 67 submersíveis diesel e diesel-eléctricos de diferentes classes, sem capacidade de lançar mísseis balísticos. De acordo com dados do Pentágono, em 2015 a Coreia do Norte teria 70 submarinos de diferentes tipos.

Mas algumas fontes adiantam ainda a possibilidade de que Pyongyang tenha construído submarinos “falsos”, ou seja, réplicas de submersíveis para confundir o inimigo. Algo que, dizem alguns especialistas, é prática comum na Coreia do Norte.

2 Comments

  1. De vez em quando, aparecem os criativos… no caso, a reeditar as famosas armas de “destruição maciça”. Estas e outras leviandades, são de enorme irresponsabilidade porque alimentam o ódio e a insegurança entre os povos.

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