A Coreia do Norte anunciou, esta terça-feira, ter testado com sucesso o primeiro míssil balístico intercontinental (ICBM), uma etapa crucial para a realização do objetivo de poder ameaçar os EUA com armas nucleares.
O “ensaio histórico” de um míssil Hwasong-14 foi supervisionado pelo dirigente norte-coreano, Kim Jong-Un, anunciou uma apresentadora na televisão pública norte-coreana num noticiário especial.
O anúncio da Coreia do Norte surgiu depois da informação divulgada por Seul e Washington de que Pyongyang tinha lançado um míssil de médio alcance.
O teste pode ter sido o mais bem sucedido até à data para a Coreia do Norte.
O lançamento foi realizado cerca das 09h40 (01h40 em Lisboa), a partir da província norte-coreana de Pyongyang Norte, segundo informação avançada pelo comando conjunto das forças armadas sul-coreanas, citado pelas agências internacionais.
O míssil atingiu uma altitude superior a 2.500 quilómetros, informou o Ministério da Defesa japonês.
“Estima-se que o míssil atingiu uma altitude bastante superior a 2.500 quilómetros, seguiu durante 40 minutos e caiu no mar do Japão, na zona económica exclusiva do arquipélago, a 900 quilómetros de distância do ponto de partida”, disse em comunicado.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, reagiu no Twitter, questionando se o líder norte-coreano “não tem nada melhor para fazer na vida”. “Difícil acreditar que a Coreia do Sul… e o Japão vão continuar a aturar isto muito mais tempo”, acrescentou.
Um analista de armas considerou que o míssil pode ser suficientemente poderoso para chegar ao Alasca, nos Estados Unidos.
Trump instou ainda a China a endurecer a posição em relação à Coreia do Norte.
A China já apelou à “contenção” de todas as partes envolvidas e à resolução “pacífica” do problema norte-coreano. Pequim está “a recolher informações” sobre o míssil e instou a Coreia do Norte a “parar as ações que violem as resoluções do Conselho de Segurança da ONU”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, numa conferência de imprensa diária.
A Coreia do Norte tem aumentado nos meses mais recentes os testes com mísseis balísticos e pretende construir mísseis nucleares que possam alcançar território norte-americano, um registo que segundo os especialistas ainda permanece longínquo.
O programa nuclear e de mísseis norte-coreano constituem um dos mais importantes desafios de política externa que enfrentam os dois novos líderes, e aliados, em Washington (EUA) e Seul (Coreia do Sul).
ZAP // Lusa