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Ainda há esperança. Corais do Atlântico reproduziram-se pela primeira vez em laboratório

Este é um avanço histórico que poderia ajudar a salvar corais em todo o mundo, incluindo o ameaçado recife da Flórida, nos Estados Unidos.

O Aquário da Flórida, nos Estados Unidos, conseguiu que o coral Dendrogyra cylindrus, que pode ser encontrado no Oceano Atlântico e no Mar das Caraíbas, conseguisse desovar pela primeira vez em laboratório, avança o site IFLScience.

De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), a reprodução de corais é um processo sensível e pode ocorrer tanto de forma assexuada como sexuada. Muitos corais produzem muitos gametas masculinos e femininos para eventualmente libertarem enormes nuvens de espermatozoides e óvulos na coluna de água.

As condições para que isso aconteça têm de ocorrer sob as circunstâncias certas e, embora os cientistas ainda não tenham a certeza de todas as variáveis, acreditam que estão relacionadas com a temperatura, a duração do dia e talvez até os ciclos lunares. Conclusão: todas fazem com que a reprodução em laboratório seja extremamente difícil.

Como parte do Project Coral, cientistas do Centro de Conservação do mesmo aquário conseguiram induzir a desova em corais com recurso a tecnologia inovadora. Especialistas imitaram o ambiente natural destes animais ao manipular a iluminação, incluindo a reprodução do momento do nascer e pôr do Sol e da Lua.

“Quando temos uma boa criação, uma boa qualidade da água e todos os estímulos ambientais certos, isto é o que podemos fazer, podemos mudar o jogo para a restauração de corais”, afirma Keri O’Neil, cientista especializado em corais.

Os conservacionistas de corais acreditam que este trabalho poderá salvar corais em todo o mundo, incluindo o ameaçado recife da Flórida, que já viu serem afetadas nos últimos anos cerca de 25 espécies de corais.

“Muitos especialistas em corais não acreditavam que isto seria possível, mas nós aceitámos o desafio e dedicámos os nossos recursos e conhecimento para alcançar este resultado monumental. Continuamos firmemente comprometidos em salvar a única barreira de coral da América do Norte e agora vamos trabalhar ainda mais para proteger e restaurar o nosso Planeta Azul”, afirmou num comunicado Roger Germann, presidente e CEO do aquário.

De acordo com o aquário, a equipa conseguiu induzir artificialmente uma desova em 2013 e, desde então, gerou 18 espécies de corais do Pacífico, mas a desova do Atlântico tinha sido um desafio até agora.

ZAP //

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