Convenção da AD arranca com três promessas

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António Pedro Santos / Lusa

O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, intervém durante a convenção da Aliança Democrática (AD)

A “Convenção por Portugal”, da Aliança Democrática (AD) decorre este domingo ao longo de todo o dia no auditório do Centro de Congressos do Estoril. Portas e Nuno Melo já discursaram.

A coligação, que juntará nas legislativas de 10 de março PSD, CDS-PP e PPM, junta hoje no Estoril nomes como o antigo líder do CDS-PP Paulo Portas, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, a antiga ministra Leonor Beleza ou a ex-deputada democrata-cristã Cecília Meireles.

Não consta do programa a presença do presidente do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, numa iniciativa que tem como oradores vários cabeças de lista e candidatos a deputados pela AD com o objetivo de mostrar que “mais do que um projeto partidário, este é um projeto de governo”, lê-se em nota à imprensa divulgada na sexta-feira.

Melo responde a “bocas” e deixa três promessas

Na fase inicial dos trabalhos, Nuno Melo, líder do CDS-PP, falou — e deixou três promessas fiscais. Mas antes reforçou a resposta à “boca” de André Ventura: “o único governo que a AD vai viabilizar vai ser o governo da AD”.

“Esta AD não é coisa do passado, é coisa do presente”, começou por dizer o democrata-cristão.

“Sei muito bem quem são os nossos adversários. São as esquerdas, mas todos aqueles que querem o insucesso da Aliança Democrática. O único governo que a Aliança Democrática vai viabilizar vai ser o governo da AD quando vencermos as eleições”, garantiu.

Melo virou-se depois para Pedro Nuno Santos. “Quem manteve Portugal a arrastar os pés durante oito anos não nos vai pôr agora a correr e a saltar obstáculos”, disse, em resposta às declarações de que “Portugal não pode continuar a arrastar os pés”, vindas do candidato socialista.

“Se o PS já merecia perder as eleições por razão de absoluta incompetência, merece agora perder as eleições por razão de princípio e de decência”, disse, acusando o PS de propaganda política.

“Pagaríamos impostos mais altos cada vez que comemos, bebemos, fumamos, conduzimos, quando queremos ser proprietários, até quando morrermos. Se Pedro Nuno Santos vencer, pagamos impostos mais altos até morrer. Até à campa”, rematou o líder do CDS.

Nuno Melo deixou ainda três garantias.

Os jovens pagarão uma taxa máxima de 15% até aos 35 anos e ficarão isentos de IMT na compra da primeira habitação, a AD vai reduzir o IRS em todos os escalões menos o último e reduzir o IRC em dois pontos por ano até aos 15% até ao final da legislatura.

“Portugal pode ser um país muitíssimo melhor”, fechou Nuno Melo.

Portas atira contra geringonça: “só o PS pode fazer pior do que o PS”

Paulo Portas subiu ao palco.

“A 10 de março a AD deve vencer, deve vencer com margem, o PS deve ir para a oposição”, arranca o antigo vice-primeiro-ministro.

“A principal missão da AD é dar garantias a quem ainda tenha receios. Substituir o ressentimento pela esperança. Dar uma oportunidade à mudança e não deixar prevalecer a resignação com o que temos e não é bom”, disse.

Foi o primeiro-ministro a apresentar a demissão não foi o Presidente da República a demitir o Governo. A maioria absoluta do PS entrou em vertiginosa decomposição. O PS teve primárias, o candidato que defendia acordos ao centro perdeu, o candidato que defendia uma guinada à esquerda venceu”, enumera.

“Fica bastante claro o que está em causa: ou a AD ganha, ou que teremos é uma repetição da ‘geringonça’ com um primeiro-ministro inexperiente e com o BE e o PCP sentado no Conselho de Ministros. Seria o governo mais radicalizado desde 1976”, atira Portas.

“Estamos melhor ou pior do que há dois anos quando o PS recebeu a sua maioria absoluta? Está pior a saúde, a educação, a habitação, a carga fiscal, a segurança, a execução dos fundos e a contingência com que temos de executar o PRR”, questiona.

“É evidente que Portugal ficou pior comparando com o início da maioria absoluta do PS. Parece-me evidente que se olharmos para este princípio da democracia a única opção racional é um voto de castigo ao PS.”

Só o PS poderia fazer melhor do que o PS [como disse António Costa]? Não, “só o PS pode fazer pior do que o PS” , corrigiu Portas.

AD que “não pode ceder” aos extremismos

Antes de Melo, coube a Carlos Carreiras fazer a primeira grande intervenção do dia. O presidente da Câmara de Cascais e ex-dirigente do PSD defendeu que a AD “não pode ceder” a populismos e radicalismos, apelando à concentração do voto útil na coligação.

Carreiras invocou a experiência de Cascais, onde governa desde 2011 com o CDS-PP.

“Fizemo-lo sempre não cedendo ao radicalismo, não cedendo a extremismos e não cedendo a populismos. O povo português, o povo de Cascais não é um povo estúpido, não alinha em movimentos e propostas extremistas, populistas que não têm nenhuma consistência, nenhuma confiabilidade”, defendeu.

O antigo vice-presidente do PSD na direção de Passos Coelho equiparou o extremismo de esquerda e de direita – dizendo que “são ambos péssimos” – e fez o apelo à concentração do voto útil na AD.

“No dia 10 de março temos uma decisão: ou queremos que seja novamente o PS a governar este país ou a AD com Luís Montenegro”, referiu.

Luís Montenegro, que encabeça a lista da AD por Lisboa, encerra o congresso, com discurso previsto para as 18:00.

ZAP // Lusa

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