37 km numa semana: porque a contra-ofensiva da Ucrânia não resulta

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Oleg Petrasyuk / EPA

Combate junto a Bakhmut, Ucrânia

A concretização do plano está a demorar mais do que os ucranianos esperavam. O cenário inverteu-se na guerra. Em dois sentidos.

A tão aguardada contra-ofensiva da Ucrânia chegou. Mas não está a avançar como os responsáveis ucranianos estariam à espera.

Nesta altura, quase um ano e meio depois do início do conflito, o cenário da guerra inverteu-se. Em dois sentidos.

A Rússia começou a atacar a Ucrânia em Fevereiro de 2022 e pensava que iria vencer o conflito em poucos dias.

Agora a Ucrânia começa a atacar as forças russas e pensava que iria recuperar mais terreno do que está a recuperar.

Entre 23 e 24 de Junho, a marcha interna na Rússia, liderada pelo Grupo Wagner, fez tremer a liderança de Vladimir Putin e poderia dar esperanças às forças ucranianas.

Mas o avanço no terreno foi muito curto: 37 quilómetros quadrados ao longo da semana passada (os dias que se seguiram à iniciativa de Prigozhin).

“A semana passada foi difícil”, admitiu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy. “A situação é bastante complicada”, acrescentou Hanna Maljar, vice-ministra da Defesa.

Os soldados ucranianos, tal como os russos no início da guerra, estão a encontrar mais resistência do que esperavam.

Quatro motivos para o atraso

As expectativas seriam altas, havia esperanças num avanço rápido e, nos últimos meses, já tinham chegado tanques e munições dos países ocidentais e os soldados ucranianos já tinham sido formados em treinos da NATO.

Mas não é suficiente. E o jornal Handelsblatt deixa o primeiro ponto essencial: os russos prepararam-se para este contra-ataque. Espalharam-se pelo terreno, mudaram as suas posições, são quilómetros de profundidade no terreno.

E esta demora não é inédita na História: já na II Guerra Mundial os aliados só conseguiram ultrapassar a barreira dos alemães, na Normandia, dois meses depois do início do ataque, lembrou Rob Bauer, presidente do comité militar da NATO.

“Nunca se pense que esta é uma caminhada fácil”, acrescentou Bauer, que não está surpreendido com estes progressos lentos.

O segundo ponto são as minas. Há centenas de minas espalhados por regiões ocupados pelos russos na Ucrânia. Foram os militares russos que espalharam essas minas.

Além disso, a nível militar a Rússia está usar quase tudo o que tem no contexto terrestre, mas terá poupado a Força Aérea até aqui – mas agora está a recorrer mais aos seus meios militares aéreos, para reagir a este ataque ucraniano.

Aqui pode surgir uma pergunta, entre os leitores: o Kremlin preferiu não atacar pelo ar… porquê? Porque estaria à espera de um ataque da NATO à própria Rússia.

Relacionado com este ponto, há outro factor: faltam aviões de combate e helicópteros às forças ucranianas. A ajuda tem chegado mas faltam meios para atacar pelo ar – porque, por terra, o avanço é residual em muitas zonas e porque é pelo ar que os russos têm conseguido muitas vitórias.

A contra-ofensiva poderá durar meses e tornar-se (ainda mais) sangrenta.

ZAP //

6 Comments

  1. O regime da Inglaterra está a preparar um ataque de bandeira-falsa à Planta Nuclear de Zaporozhye, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a união europeia (ue) devem de imediato exigir ao regime Inglês que não avance com a sua intenção e aplicar de imediato sanções económicas a esse País.

  2. Este sujeito devia ser proibido de comentar por aqui. É claramente uma pessoa com distúrbios mentais que precisa de tratamento.

  3. Tenho dito , desculpe não defendendo nem atacando o Sr. Figueiredo mas num pais democrático temos de aceitar as opiniões de todos Gostemos ou Não , Proibir uma pessoa de comentar era no Tempo de Salazar , por isso se fez uma Europa Democrática

  4. Isso não é bem assim. Vá à sua mãe Rússia dizer mal do Putin que vai ver. Não deixa de ser um pouco pateta da sua parte vir aqui defender a liberdade de expressão. Para quem defende Putin… é preciso ter lata. Olhe, cale-se você também.

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