Contingência está sob avaliação, mas incêndios “ainda são extremos”. Morte de piloto investigada

Paulo Novais/LUSA

Bombeiro em acção em Rebolo, Pombal

A descida das temperaturas tem ajudado no combate aos incêndios, mas a situação continua extrema. A Proteção Civil está a investigar a morte do piloto de um avião anfíbio de combate a incêndios, que caiu ontem na Guarda.

O comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) sublinhou hoje que a situação dos incêndios no país “ainda é extrema”, pelo que “ainda está a ser avaliada” se será possível suspender no domingo a situação de contingência.

“Apesar da melhoria das condições meteorológicas, as condições ainda são extremas”, afirmou André Fernandes, num balanço feito na ANEPC, em Carnaxide, Oeiras.

Estamos ainda a avaliar” a situação, reiterou, adiantando que “este fim de semana será de vigilância extrema”.

Depois das elevadas temperaturas registadas nos últimos dias por todo o país, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê uma diminuição este sábado, apesar de continuar o calor intenso, especialmente no interior.

Bragança é o único distrito que continua em alerta vermelho, antecipando-se uma temperatura de 38.ºC. Há ainda aviso laranja para sete outros distritos: Vila Real, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Portalegre e Évora. No litoral, todos os distritos estão em alerta amarelo.

O Governo decide, no domingo, se mantém a situação de contingência por causa dos incêndios e vaga de calor por mais alguns dias ou adota um nível de alerta mais baixo.

O prolongamento por dois dias do nível atual foi anunciado na quinta-feira pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, referindo que o nível de alerta estaria em vigor até às 24:00 de domingo.

“Entendemos que tínhamos o dever de manter o mesmo grau de responsabilidade, o que significa manter o estado de contingência entre os dias 16 e 17”, explicou, na altura, José Luís Carneiro em conferência de imprensa na sede ANEPC.

O ministro adiantou que no domingo de manhã, após a reunião da ANEPC para fazer atualização de dados e uma avaliação do ponto de situação, que deve começar pelas 10:30, acontece uma reunião dos membros do Governo “para avaliar se o nível de contingência se deve manter para além de domingo ou se deve recuar no estado de alerta”.

Portugal Continental está em situação de contingência até domingo devido às previsões meteorológicas, com temperaturas muito elevadas em algumas partes do país, e ao risco de incêndio.

A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na lei da Proteção Civil e é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.

De acordo com os dados da Proteção Civil consultados às 13h30, há 306 incêndios em curso em Portugal, 15 em fase de resolução e 44 em fase de conclusão. Os fogos mobilizaram 2447 operacionais, 798 viaturas e 9 meios aéreos.

O fogo em Baião é aquele que está a preocupar mais as autoridades. Entretanto, o incêndio em Bustelo, em Chaves, já está dominado, estando os operacionais atentos a reacendimentos, e o incêndio em Bragança está em fase de resolução.

Forças armadas lamentam morte de piloto

O acidente que provocou, esta sexta-feira, a morte do piloto de um avião de combate a incêndios está a ser alvo de uma investigação, disse hoje o comandante nacional de Emergência e Protecção Civil, André Fernandes.

Num balanço da situação dos incêndios no país, feito este sábado de manhã na Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), em Carnaxide, Oeiras, André Fernandes admitiu que a equipa do dispositivo de combate “tem um sentimento de perda” e adiantou que o acidente está a ser alvo de “uma investigação em curso” para perceber os contornos do que aconteceu.

O piloto de um avião anfíbio de combate a incêndios morreu na quinta-feira após a queda do avião que pilotava, numa vinha da Quinta do Crasto, em Castelo Melhor, concelho de Foz Côa, distrito da Guarda.

“O óbito foi decretado no local pela equipa médica do helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica. O corpo do piloto ficou carbonizado e o avião anfíbio completamente destruído”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Foz Côa, João Paulo Sousa.

O alerta para o acidente foi dado às 19h55 e o “avião anfíbio médio FireBoss, do Centro de Meios Aéreos de Viseu, afecto ao Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais” estava a operar num incêndio em Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança.

No Twitter, a conta das Forças Armadas Portuguesas também lamentou o acidente. “As nossas condolências à família e amigos do ex-piloto da Força Aérea Portuguesa, que perdeu hoje a vida, na sequência da queda da aeronave que pilotava durante o combate aos incêndios, em Foz Côa. Paz à sua alma”, escreveram.

ZAP // Lusa

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