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Contas do Metro de Lisboa podem ter “buraco” de três mil milhões, alerta auditoria

anggarfer / Flickr

As contas do Metropolitano de Lisboa (ML) referentes a 2018, enviadas esta quinta-feira pela empresa pública à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), podem evidenciar um eventual “buraco” de quase três mil milhões de euros, escreve o Jornal Económico.

O alerta consta numa auditoria da BDO às contras do ML, a que o jornal teve acesso.

A auditora elenca seis reservas na análise financeira do ML, sendo que a principal está relacionada com a forma como a administração do Metro de Lisboa tem vindo a contabilizar no seu balanço os investimentos em infraestruturas de longa duração (ILD), assim como o respetivo financiamento.

“Não é claro o enquadramento legal ou contratual, que tem vindo a ser assumido pelo Grupo, da eventual obrigação do Estado de reembolsar o Grupo pela parte não subsidiada do investimento em ILD e pelos gastos associados ao seu financiamento”, começa por apontar a auditoria que faz esta sexta-feira a manchete do Negócios.

E acrescenta: “subsistindo assim uma importante incerteza quanto à recuperação dos valores investidos em ILD e à forma e valor de realização da referida conta a receber do Estado de 2.955 milhões de euros, o que configura uma limitação ao âmbito do nosso trabalho no que respeita à valorização dos referidos ativos e ao impacto desta política contabilística nos resultados e no capital próprio do Grupo”, pode ler-se.

E não são apenas os custos nominais com esses investimentos que estão a ser contabilizados desta forma questionável, observa o jornal Observador.

“De igual modo, tem vindo a registar no passivo, em rubricas com a mesma designação de investimentos em infraestruturas de longa duração, os financiamentos obtidos, outras dívidas a pagar e provisões relacionadas com a construção, renovação e financiamento das ILD, incluindo 2.326,3 milhões de euros no passivo não corrente e 900 milhões no passivo corrente”.

ZAP //

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