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Mesa a abarrotar na Concertação Social (e Siza Vieira abafou a estreante ministra do Trabalho)

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António Cotrim / Lusa

Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira.

Há muito que uma reunião da Concertação Social não tinha tantos elementos do Governo. Mas, apesar disso, só o ministro do Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, falou, liderando o encontro e abafando a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, que devia liderar a reunião, mas que nem abriu a boca.

O titular do Ministério do Trabalho tem, habitualmente, o privilégio de liderar as reuniões da Concertação Social, cabendo-lhe tutelar essa área do Governo. Mas, no último encontro entre o Executivo, os elementos sindicais e os patrões, foi o ministro da Economia quem deu as cartas.

O Expresso repara que na mais recente reunião da Concertação Social, estiveram mais elementos do Governo do que é habitual, com a presença da ministra da Agricultura e dos secretários de Estado do Fisco, do Emprego e da Economia, além de Siza Vieira e de Ana Mendes Godinho.

Foram tantos os elementos do Executivo que nem havia lugar para todos no topo da mesa, como é habitual, segundo repara o Expresso.

Mas apesar dessa presença massiva, “Siza Vieira assumiu-se como protagonista único da reunião”, assumindo “o comando”, como reforça o semanário, vincando que “a ministra do Trabalho não tomou a palavra uma única vez“.

O encontro visou alcançar um acordo de médio prazo para os salários, com o Governo a propor que, nos próximos quatro anos, estes cresçam acima da produtividade e da inflação, com aumentos superiores a 2,7% em 2020, a 2,9% em 2021 e 2022 e a 3,2% em 2023.

O Governo pretende também que haja uma majoração para trabalhadores mais qualificados e que estes indicadores mínimos para os aumentos salariais constem dos contratos colectivos de trabalho.

Em contrapartida, o Governo promete benefícios fiscais às empresas e mais dinheiro para a formação.

Após a reunião da Concertação Social, foi também Siza Vieira quem falou aos jornalistas para vincar que o modelo da proposta final “ainda está a ser afinado”.

ZAP //

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