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Concelhia do PSD/Matosinhos demite-se em rutura com a distrital

Virgílio Macedo / Facebook

José António Barbosa (dir), líder da concelhia de Matosinhos do PSD

O presidente da comissão política concelhia de Matosinhos do PSD informou ter-se demitido hoje dos cargos que ocupa no partido por discordar da estratégia da distrital para as autárquicas, dando conta de outras demissões na estrutura partidária.

Além da liderança da concelhia, José António Barbosa renunciou ao cargo de líder de bancada do PSD na Assembleia Municipal.

Na concelhia, também o vice-presidente e coordenador autárquico, Joaquim Pinto Lobão, o secretário-geral, Duarte Nuno Laranjeira, o presidente da Mesa da Assembleia, Carlos Sousa Fernandes, cinco vogais e outros cinco membros abandonaram os cargos.

“Chegados a este momento de ingerência permanente da comissão política distrital nos assuntos internos da vida da concelhia do PSD de Matosinhos – e que não é de agora, com o epílogo na decisão de avocar o processo de decisão do candidato à Câmara Municipal de Matosinhos, do qual tive conhecimento em primeira mão pelos jornais -, obriga-me a enfrentar esta situação com responsabilidade e com total desprendimento”, disse o presidente demissionário, num comunicado enviado à Lusa.

O PSD/Matosinhos escolheu para candidato, em cinco reuniões diferentes, o biólogo Joaquim Jorge, fundador do Clube dos Pensadores, programa de debates com convidados de diferentes áreas, que se realiza em Vila Nova de Gaia, também no distrito do Porto.

No entanto, a distrital decidiu avocar o processo elegendo o médico Jorge Magalhães.

Foi com profunda crença num resultado histórico no concelho que indiquei o nome do Joaquim Jorge, uma figura pública, independente e totalmente fora da caixa partidária, um profundo conhecedor da realidade matosinhense e um renomado ativista cívico”, explicou.

José António Barbosa revelou que a 20 de fevereiro apresentou o nome de Joaquim Jorge à distrital do PSD, que, apesar de lhe dizer que lhe daria uma resposta no prazo de dois dias, se manteve em silêncio.

“A 05 de junho de 2017, passados cerca de quatro meses, sem qualquer resposta da distrital, e apesar das minhas diversas missivas, recebi pelos jornais a resposta da distrital, referindo que tinham avocado o processo e escolhido um candidato”, acrescentou.

“Tudo em silêncio, como sempre foi apanágio desta direção distrital, que nunca teve a hombridade e a frontalidade de, olhos nos olhos, falar verdade e de articular posições com a concelhia a bem do partido e a bem do concelho”, disse ainda.

O agora ex-presidente sustentou que, apesar de a candidatura “cumprir todos os formalismos legais”, alguns dirigentes sociais-democratas “com visão sectária da política habituada a servir-se dos partidos tudo fizeram” para a impedir.

Nestas condições, e com este pântano político, entendo que é meu dever, perante os matosinhenses e os sociais-democratas, apresentar o meu pedido de demissão enquanto presidente da concelhia do PSD de Matosinhos e a renúncia do cargo de líder de bancada do grupo do PSD de Matosinhos na Assembleia Municipal, pois não me revejo nesta forma interesseira, sectária e hipócrita de servir a causa pública”, salientou.

José António Barbosa vincou que “os argumentos de capela, a ausência de um projeto e de uma estratégia que não a do número e do cacique em proveito próprio” falaram mais alto.

As eleições autárquicas decorrem a 01 de outubro.

// Lusa

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