Desde 1 de janeiro de 2020, Cascais tornou-se no primeiro concelho do país a ter transportes públicos rodoviários gratuitos. Agora, quer alargar a iniciativa aos comboios.
“Estamos a abrir um novo paradigma, que encara a mobilidade como um pilar das sociedades democráticas avançadas e sustentáveis, como um direito que potencia valores como a liberdade, a coesão ou a sustentabilidade ambiental”, afirmou o presidente da câmara, Carlos Carreiras.
O objetivo passa agora por alargar a medida aos comboios, entre Cascais e Carcavelos, uma promessa feita no passado. Carlos Carreiras estima um custo de 500 mil euros “que a câmara terá de suprir”.
“Se não chegarmos a acordo até março, avançamos com os autocarros”, atirou Carreiras, que está a negociar com a CP um acordo idêntico ao conseguido com os autocarros.
O concelho, de acordo com o Diário de Notícias, planeia reforçar o número de autocarros, carreiras e frequência. Contudo, o plano está estagnado devido à impugnação do concurso. “A juíza tem até 29 de janeiro para tomar uma decisão”, disse Carlos Carreiras, remetendo as alterações para outubro caso a decisão judicial seja favorável.
“O que nos preocupa é o tempo de implementação, que é muito longo, com as linhas a deteriorar-se ainda mais, ainda pior do que hoje e com problemas na área da segurança. Podemos estar a falar de 8, 10 anos“, disse o autarca aos jornalistas, deixando duras críticas a Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infraestruturas.
O programa de mobilidade rodoviária gratuita tem um custo de 12 milhões de euros anuais, suportados pelas receitas do estacionamento pago e a fixação no concelho de entidades bancárias de crédito, o que tem efeitos do ponto de vista da receita fiscal em sede de Imposto Único de Circulação, diz a autarquia.
Há ainda outros projetos em mãos. O município quer investir 39 milhões de euros nas escolas e 15 milhões de euros na construção de dois novos centros de saúde.
Cascais conta ainda com um novo projeto para a habitação, idealizando investir entre 150 e 200 milhões de euros. “Temos de sair da habitação social para cumprir a função social da habitação”, explicou Carreiras.