A China vai alegadamente criar uma nova divisão militar, designada “Comando do Espaço Próximo”, que será equipada com armas hipersónicas avançadas.
O Exército de Libertação do Povo (ELP) vai ter uma nova unidade militar aeroespacial, o “Comando do Espaço Próximo“, capaz de lançar ataques “precisos e impiedosos” contra alvos inimigos fortemente defendidos, reporta o South China Morning Post.
Segundo o jornal chinês, este será o 5º ramo das forças armadas do país.
Em 2015, a China autonomizou o seu Segundo Corpo de Artilharia numa nova unidade, a “Força de Foguetes” — um 4º ramo militar, que comanda os mísseis estratégicos chineses, incluindo os mísseis balísticos intercontinentais de que o país dispõe.
De acordo com o SCMP, o novo ramo do ELP irá permitir à China ganhar uma vantagem estratégica e garantir a supremacia do país no “Espaço Próximo”.
Esta camada da atmosfera entre os 20 e os 100 quilómetros acima da Terra é demasiado rarefeita para ser usada pela aviação militar e demasiado densa para ser populada por satélites, e tradicionalmente não é utilizada pelos militares.
O “Comando do Espaço Próximo” vai ser equipado com armamento avançado, incluindo as poderosas armas hipersónicas com que o país está a ganhar aos russos e norte-americanos a corrida às “super-armas”, detalha o jornal chinês.
Estas armas, capazes de viajar a velocidades cinco vezes superiores à do som e de realizar manobras imprevisíveis, representam um desafio mesmo para os sistemas de defesa aérea mais sofisticados.
Segundo o SCMP, o arsenal do “Comando do Espaço Próximo” poderá também incluir drones alimentados a energia solar e os famosos “balões espiões” que a China tem usado para fins de vigilância e comunicação.
As operações do “Comando do Espaço Próximo” são altamente sensíveis e serão cuidadosamente supervisionadas pela alta hierarquia do ELP, especialmente dadas as tensões geopolíticas que a sua criação desperta.
Em tempo de guerra, este comando tem como objetivo perturbar as capacidades militares do inimigo através de ataques “precisos, avassaladores e impiedosos“, e lançar ataques direcionados a ativos inimigos fortemente defendidos.
Os alvos poderiam incluir locais de lançamento de foguetes e, potencialmente, infraestruturas civis como as instalações da SpaceX, que podem eventualmente ser reconvertidas para uso militar.
As forças armadas de um país, como é o caso de Portugal, têm tradicionalmente três ramos: Exército, Marinha e Força Aérea. No entanto, alguns países autonomizam as suas unidades militares em ramos independentes.
Esse é o caso dos Estados Unidos, que além dos três ramos tradicionais têm mais três ramos: o Corpo de Fuzileiros Navais, força anfíbia de operações especiais coordenada pela Marinha, a Guarda Costeira, força responsável pela segurança marítima e funções de busca e salvamento, e a Força Espacial.
Esta última unidade foi criada em 2019 pelo então presidente Donald Trump para lidar com operações espaciais, incluindo a proteção de ativos espaciais dos Estados Unidos e a realização de operações militares no espaço.