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O colossal drone solar da Boeing vai voar em 2019

A Aurora Flight Sciences, subsidiária da Boeing, vai lançar em 2019 o seu drone solar Odysseus, que terá a capacidade voar durante meses de forma autónoma e o objectivo de dar acesso Internet a todo o planeta – incluindo os cantos mais longínquos do mundo.

Embora o Facebook tenha desistido de desenvolver o seu drone solar Aquila, muitas outras empresas continuam a perseguir o objectivo de criar um drone que possa manter-se no ar por tempo ilimitado apenas com a energia do Sol. Entre estes está o Odysseus, projecto apoiado pela Boeing, que vai mostrar o que vale já no próximo ano.

O Odysseus, desenvolvido pela Aurora Flight Sciences, está em desenvolvimento há alguns anos. A sua origem remonta ao Daedalus Project, projecto lançado pelo MIT na década de 1980 que bateu o record de voo de um avião solar tripulado em 1988, com uma muito simbólica viagem de 115 km sobre o mar Egeu, entre Creta e Santorini.

“O Odysseus, ideia que nasceu do Daedalus, é já hoje uma solução viável para o avanço da pesquisa sobre as alterações climáticas e outros problemas que afectam a nossa atmosfera”, afirmou John Langford, um dos líderes do projecto Daedalus e actualmente presidente e CEO da Aurora Flight Sciences, em nota divulgada esta semana.

“A Aurora foi fundada com a ideia de que a tecnologia e a inovação podem fornecer soluções poderosas para os complexos problemas que afectam toda a Humanidade”, acrescenta Langford.

O Odysseus tem como objectivo tornar-se uma alternativa aos satélites, uma vez que permitirá criar plataformas de observação da Terra de alta altitude, mas com um custo de uma fracção do de um satélite.

Aurora Flight Sciences

O enorme drone solar Odysseus quer levar a internet aos 4 cantos do mundo

A abordagem da Boeing diverge, neste aspecto, do projecto da SpaceX de Elon Musk, que planeia melhorar a velocidade da internet e a conectividade global do planeta colocando em órbita, entre 2019 e 2024, nada menos que 4.425 satélites – três vezes mais do que todos os satélites que existem actualmente em órbita.

A versão orbital tenha a vantagem de não ter preocupações com questões territoriais das fronteiras geográficas e das burocracias necessárias em cada país onde fosse necessário ter um drone. Por outro lado, é uma solução que não está ao alcance de qualquer empresa.

A Aurora realça que os seus drones podem ser lançados com um custo muito inferior ao de um satélite, e que a sua autonomia, na ordem dos meses, é muito superior ao dos drones solares convencionais.

“O Odysseus tem uma autonomia de que nenhum outro drone semelhante é capaz, e pode transportar instrumentos de investigação científica que o transformam numa plataforma de eleição para a pesquisa meteorológica e atmosférica, que será o seu primeiro papel”, explica Langford. “O Odysseus vai mudar o Mundo“.

O Odysseus está também apto para missões de vigilância, comunicações e conectividade, podendo assumir o papel que o Facebook tinha planeado para o seu projecto Aquila há alguns anos – tornando-se assim uma alternativa viável para dotar o planeta de uma rede de comunicações global e levar a internet aos cantos mais distantes do Mundo.

Mas primeiro, será preciso demonstrar que um colossal drone solar consegue mesmo manter-se no ar durante meses… a cumprir a sua missão, qualquer que ela seja.

O primeiro voo do Odysseus, que partirá de Porto Rico, está agendado para o dia 23 de abril de 2019, data do 31º aniversário do voo do Daedalus sobre o mar Egeu.

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