CMVM suspende negociação de acções do BPI

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A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu a negociação das ações do Banco BPI, SGPS, até à divulgação de informação relevante sobre a instituição, informou o regulador do mercado.

Esta quinta-feira, cerca das 9h15 e antes da negociação ser suspensa pela CMVM, os papéis do BPI estavam a subir 1,86% para 1,259 euros, depois de terem caído 6,36% para 1,236 euros na quarta-feira.

Na quarta-feira, os acionistas do BPI decidiram em assembleia-geral chumbar a desblindagem dos direitos de voto a 20% no banco, passo essencial para o sucesso da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank.

No final da assembleia-geral de acionistas, que decorreu no Porto, o presidente executivo do BPI, Fernando Ulrich, afirmou que “a oferta está de pé, está viva”, salientando que na reunião “não se esteve a tratar da oferta, mas da alteração dos estatutos” do banco.

Já a Santoro, da angolana Isabel dos Santos, considerou que a OPA “morreu” com o chumbo dos acionistas à desblindagem dos estatutos, reiterando-se empenhada na fusão do banco com o Millenium BCP.

Antes, o comunicado do BPI na quarta-feira à CMVM sobre a assembleia-geral, adiantava que a proposta apresentada pelo acionista Santoro Finance, necessitava de “aprovação de 75% dos votos expressos”, sendo que a mesma “obteve votos a favor de apenas 52,45%”, pelo que as “alterações não foram aprovadas”.

A assembleia-geral realizou-se no Porto e, segundo o banco, estiveram presentes ou representados 223 acionistas, detentores de ações correspondentes a 81,73% do capital social.

Na assembleia-geral de 29 de abril a maioria dos acionistas do Banco BPI presentes (54,7%) tinham decidido suspender até 17 de junho a votação da alteração dos estatutos do banco, para deliberar sobre o fim do limite de votos.

Esta alteração estatutária, que necessitava de ser aprovada por maioria qualificada, é decisiva para o sucesso da OPA – lançada em fevereiro pelo CaixaBank sobre a totalidade do capital do BPI, a 1,329 euros por ação -, alteração essa que a Santoro, de Isabel dos Santos, pretendia votar e inviabilizar já na assembleia-geral do final de abril.

Isto porque a empresária angolana já deixou clara por diversas ocasiões a sua oposição à oferta dos catalães, tendo avançado como proposta alternativa uma fusão entre o BPI e o BCP para criação da maior entidade bancária portuguesa.

O Caixa Bank lançou a 17 de fevereiro uma OPA sobre a totalidade do capital do BPI a 1,329 euros por ação, um preço considerado baixo pela administração do banco português.

Duas semanas depois, Isabel dos Santos avançou uma proposta alternativa de fusão entre o BPI e o BCP.

/Lusa

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