As autoridades mexicanas revelaram esta quinta-feira que os cientistas vão poder “mergulhar virtualmente” na gruta submarina de Hoyo Negro, no México, onde em 2011 foi descoberto um esqueleto com 13 mil anos.
Esta quinta-feira, os responsáveis do Instituto Nacional de Antropologia e de História que descobriram o esqueleto com 13 mil anos, anunciaram que foi criada uma réplica em alta definição em três dimensões da gruta, uma cavidade subaquática com 62 metros de diâmetro e 55 de profundidade.
O projeto foi apresentado na Cidade do México por Alberto Nava, Alejandro Alvarez e Franco Attolini, o trio de investigadores que descobriu o esqueleto.
O esqueleto, batizado como Naia, em homenagem à ninfa das águas, representa um marco no estudo sobre a origem do homem americano. O achado pertence a uma menina que tinha entre 15 e 16 anos.
Com base em estudos de datação por radiocarbono feitos no esmalte dentário do esqueleto e em análises dos depósitos minerais nos seus ossos, os pesquisadores concluíram que Nina tem, pelo menos, 13.000 anos.
A descoberta ocorreu num conjunto de cavernas mexicanas denominado Sac Actun, na costa da Península de Iucatão, acessível apenas a mergulhadores. Para evitar eventuais pilhagens, a localização exata de Hoyo Negro nunca foi revelada.
Ao lado do esqueleto de Naia foram também encontrados ossos de grandes mamíferos, entretanto extintos, como é o caso do tigre de dentes de sabre. Os pesquisadores acreditam que pessoas e animais caíram nesta caverna, que se tornou submersa há cerca de 10.000 anos, com o derretimento de glaciares.
A análise da anatomia do esqueleto, conduzida por James Chatters, antropólogo forense americano da empresa Applied Paleoscience, deixou clara a semelhança entre Naia e os paleoamericanos, nome pelo qual os primeiros habitantes do continente são conhecidos.
Os traços, que lembram os de africanos e aborígenes australianos, são usados como argumento por quem defende que as Américas foram povoadas por pelo menos duas ondas migratórias distintas. A segunda corresponderia aos ancestrais dos índios de hoje, com traços típicos dos habitantes atuais do Extremo Oriente.
// Lusa