Investigadores franceses conseguiram apurar porque é que “ilhas” inteiras desapareciam da superfície de Titã, a maior lua de Saturno e a segunda maior lua do Sistema Solar.
O mistério começou em 2013, quando a nave espacial da NASA Cassini registou imagens do segundo maior mar de Titã, o Ligeia Mare, revelando o que pareciam “ilhas” inteiras a aparecerem do nada e depois, passado algum tempo, a desaparecerem de novo, sem explicação.
Os mares de Titã, compostos por hidrocarbonetos líquidos, são considerados muito calmos, sem praticamente movimento algum, e por isso, não poderiam ter nada a ver com o súbito desaparecimento destas chamadas “ilhas mágicas”.
Investigadores da Universidade de Reims, em França, conseguiram agora, apurar que estamos afinal, perante grandes bolhas de nitrogénio, etano e metano que crepitam das profundezas dos mares, devido às temperaturas e à pressão.
Segundo o Cnet.com, estas misteriosas “ilhas mágicas” de Titã serão assim, simplesmente líquido a borbulhar, que efervesce e depois se desvanece.
“Observações recentes do instrumento de Rádio Detecção e Variação (RADAR) da Cassini sobre o grande mar de Titã, chamado Ligeia Mare, mostraram características brilhantes efémeras e inexplicáveis, possivelmente devidas a bolhas ascendentes“, explicam os investigadores no artigo publicado na Nature Astronomy.
“Reportamos que o nosso modelo numérico, quando combinado com dados experimentais encontrados na literatura, mostra que o leito de Ligeia Mare é um local favorável para a ex-solução de azoto“, acrescentam, notando que este processo pode “produzir bolhas do tamanho de centímetros e detectáveis por RADAR”.
No estudo, os cientistas concluíram ainda que Titã “é o único corpo extraterrestre conhecido que suporta líquido estável na sua superfície, na forma de mares e lagos que pontilham as regiões polares”.
Nem sabemos o que temos no fundo dos Oceanos, mas adivinhamos o que se passa nas luas de Saturno?