Cientistas desenvolveram super-esparguete que reduz risco de doenças cardíacas

Uma equipa científica europeia conseguiu “cozinhar” um esparguete com propriedades saudáveis que ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares.

Rica em fibras e em antioxidantes, esta massa, feita com farinhas especiais, já é apelidada de “super-esparguete” pela ACS, a Sociedade Americana de Química.

Desenvolvido numa parceria científica entre a Universidade de Granada (UGR), o Centro Tecnológico de Investigação e de Desenvolvimento do Alimento Funcional (CIDAF) e as Universidades Italianas de Bolonha e de Molise, este esparguete contém mais fibra e mais proteínas do que o esparguete que habitualmente se encontra nas prateleiras de supermercado.

“Comparando o produto final obtido com os produtos já existentes no mercado, observamos que o nosso esparguete resultou ser particularmente rico em betaglucanos”, explica a investigadora da UGR, Ana Maria Gómez Caravaca, em declarações divulgadas pelo Alpha Galileo.

O novo esparguete é tão rico em betaglucanos que “alcança os requisitos da Food and Drug Administration americana para podermos classificar a massa com as etiquetas de boa fonte de fibra e pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares‘”, acrescenta a investigadora.

UGR.es

Os investigadores Vito Verardo, Ana María Gómez-Caravaca e Alberto Fernandez-Gutierrez, autores da descoberta

Os investigadores Vito Verardo, Ana María Gómez-Caravaca e Alberto Fernandez-Gutierrez, autores da descoberta

Os betaglucanos são uma espécie de fibras que têm intervenção nas células imunológicas, promovendo a imunidade do organismo contra bactérias, fungos, vírus e parasitas.

Este esparguete foi feito por via de uma tecnologia limpa, conhecida como “classificação por ar”, que permite dividir o cereal moído inteiro em diversas partes (fracções grossas e finas), através de um processo que não altera as propriedades de cada uma das porções obtidas, conforme explica o estudo publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry.

“Estas fracções, devido às suas diferentes propriedades, possuem características químicas diferentes e serão utilizadas em função do produto final que se queira obter. O nosso trabalho demonstrou como, classificando por ar uma farinha integral de cevada, é possível obter duas fracções, uma das quais enriquecida com compostos antioxidantes e fibra solúvel (em particular betaglucanos) e a outra que contém mais proteínas”, esclarece ainda Ana Maria Gómez Caravaca.

O “super-esparguete” foi confecionado usando a porção grossa e um prato apenas desta massa especial permite “alcançar 70% da dose de betaglucanos aconselhada pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos”, diz também a investigadora.

SV, ZAP

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