Cientistas nos Estados Unidos desenvolveram uma película elástica e invisível que pode ser aplicada à pele para melhorar a aparência de olheiras, rugas e pele flácida abaixo dos olhos.
Essa “segunda pele”, aplicada sobre a pele verdadeira, forma uma película que, depois de seca, “imita as propriedades da pele jovem”, refere o estudo publicado esta semana na Nature Materials.
Para já, a película está a ser usada em testes apenas como um produto cosmético.
Os cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) afirmam que esse polímero invisível poderá ser usado no futuro como protetor solar ou como uma forma de ministrar medicamentos a pacientes através da pele.
A equipa de investigadores testou o protótipo em alguns voluntários aplicando a fórmula na região abaixo dos olhos, nos antebraços e pernas.
O polímero polissiloxano foi sintetizado usando moléculas de silicone e oxigénio. O composto foi criado para imitar a pele humana e fornecer uma camada protetora e permeável.
Elasticidade
Segundo os investigadores, a película temporária mantém a hidratação da pele e ajuda a aumentar a sua elasticidade.
À medida que envelhece, a pele perde firmeza e elasticidade. Num dos testes, a pele foi beliscada durante algum tempo e depois solta, verificando-se quanto tempo demorava para voltar à sua posição normal.
A parte da pele que foi coberta com o polímero XPL (cross-linked polymer layer) ficou mais elástica do que a pele sem a película. A olho nu, a parte com a película parecia mais macia, firme e menos enrugada.
“Há muitos desafios em desenvolver uma segunda pele que seja invisível, confortável e eficaz para manter a hidratação”, afirmou Robert Langer, que liderou o trabalho no MIT.
“É preciso chegar às propriedades óticas certas, ou não vai ter uma boa aparência, e precisa ter as propriedades mecânicas certas, ou não vai ter a força certa e não vai desempenhar seu papel corretamente.”
“Estamos muito animados com as oportunidades que são apresentadas como resultado deste trabalho, e ansiosos para desenvolver mais estes materiais, para melhorar o tratamento a pacientes que sofrem de várias doenças de pele”, acrescentou.
Segundo os investigadores, a película pode ser usada durante todo o dia sem causar irritação e resiste ao suor e à chuva.
Para já, ainda são necessários mais estudos para determinar a eficácia desta segunda pele, e o polímero aguarda aprovação de órgãos reguladores.
Tamara Griffiths, da Associação Britânica de Dermatologistas, afirmou que, apesar dos resultados promissores, ainda é preciso fazer mais testes.
“Os resultados com o polímero parecem ser comparáveis aos de uma cirurgia, mas sem os riscos. É preciso fazer mais pesquisas, mas esta é uma abordagem nova e promissora para um problema comum. Vou acompanhar o seu desenvolvimento com interesse”, afirmou.
ZAP / BBC
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