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Cientistas criam sem querer super-bateria 400 vezes mais duradoura

(dr) Steve Zylius / UCI

Mya Le Thai (na foto) e Reginald Penner, investigadores da UCI, criaram uma bateria com um número de ciclos de carga centenas de vezes maior que as baterias tradicionais

Mya Le Thai (na foto) e Reginald Penner, investigadores da UCI, criaram uma bateria com um número de ciclos de carga centenas de vezes maior que as baterias tradicionais

Quem nunca reparou que com o passar do tempo a capacidade da bateria dos smartphones e tablets começa a diminuir? O que acontece é que a maior parte das baterias são feitas de lítio, que após certo número de recargas começa a perder a capacidade.

No entanto, praticamente sem querer, investigadores da UCI – University of California Irvine desenvolveram uma bateria capaz de suportar muito mais ciclos de recarga.

O objectivo original da experiência era a criação de uma bateria mais segura e estável, já que as baterias de lítio tradicionais podem ser altamente inflamáveis, devido aos seus componentes — razão pela qual ocasionalmente se ouvem histórias sobre smartphones que explodiram, agindo como se fossem verdadeiras bombas.

Com esse problema em mente, a equipa de investigadores desenvolveu uma bateria com nano-filamentos de ouro para armazenar electricidade, revestidos com óxido de manganésio, por sua vez protegidos com uma camada de gel de electrólito.

(dr) Mya Le Thai / ACS

Diagrama da bateria com nano-filamentos de ouro e dióxido de manganésio em gel de electrólito

Diagrama da bateria com nano-filamentos de ouro e dióxido de manganésio em gel de electrólito

O intuito desta mistura de materiais era impedir a corrosão e permitir que a camada de metal ficasse mais resistente, além de manter a temperatura estável.

Mas os resultados, publicados na Energy Letters, revista da Sociedade Americana de Química, foram surpreendentes.

A bateria desenvolvida conseguiu suportar mais 200 mil cargas, praticamente sem afectar o seu desempenho – uma capacidade 400 vezes maior do que a que é possível obter nas baterias tradicionais.

Os cientistas ainda não conseguiram entender exactamente o motivo do aumento da resistência da bateria.

“Começámos os ciclos de carga dos dispositivos, e percebemos que simplesmente as baterias não pareciam sequer perto de morrer”, diz Reginald Penner, um dos autores do estudo, à revista da UCI.

“Não conseguimos perceber muito bem porque isso acontece”, diz Penner.

Ainda não há previsão para o desenvolvimento da bateria com fins comerciais – principalmente devido ao preço dos nano-filamentos de ouro, que, apesar de serem minúsculos, encarecem o produto.

Mas segundo Mya Le Thai, líder da equipa de investigação, os princípios essenciais da bateria são o óxido de manganésio e a camada de gel de electrólito.

“Deverá ser possível usar outros materiais, como o níquel, em vez do ouro”, para tornar a bateria viável do ponto de vista comercial, diz a investigadora.

ZAP / CanalTech

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