Cientistas da universidade norte-americana de Binghamton conseguiram pôr a funcionar uma célula de combustível que utiliza reações entre duas bactérias e gerou energia durante 13 dias seguidos.
“A evolução desta tecnologia precisa de ser mais explorada mas pela primeira vez conseguimos realizá-la a uma escala microscópica”, afirmou Seokheun Choi, co-autor de um estudo divulgado no Journal of Power Sources.
Numa câmara cinco vezes mais pequena que uma colher de chá, com 90 microlitros de capacidade, fez-se uma cultura mista de bactérias que utilizam a luz do sol, dióxido de carbono e água para produzirem a sua própria energia (fototrópicas) e outras que procuram matéria orgânica como fonte de sustento (heterotróficas).
Os cientistas “alimentaram” as células heterotróficas, que produziram dióxido de carbono como dejeto, que por sua vez foi usado pelas células fototrópicas para gerar energia bioelétrica.
A corrente elétrica gerada atingiu 08 microamperes por centímetro quadrado durante 13 dias, 70 vezes mais do que as bactérias fototrópicas conseguem gerar sem esta relação simbiótica produzida em laboratório.
“As células de combustível de bactérias heterotróficas geram mais energia, enquanto as células fototrópicas garantem sustentabilidade”, referiu ainda.
Os cientistas reconhecem alguns desafios que esta técnica põe, um dos quais é garantir que os dois tipos de microorganismos coexistem na medida certa, para que a energia seja criada sem precisar de manutenção.
// Lusa