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Cientistas criam híbrido de humano e ovelha

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(dr) Juan Carlos Izpisua Belmonte

Primeiro embrião híbrido humano-porco (com 4 semanas), janeiro de 2017

Este é mais um passo para conseguir que os animais híbridos desenvolvam órgãos humanos, que possam ser usados como matéria-prima para transplantes.

Uma equipa de cientistas cultivou embriões híbridos de ovelha com células humanas, com a intenção de que, no futuro, esses animais venham a desenvolver órgãos humanos, segundo a Associação para o Avanço da Ciência nos EUA.

O ano passado, uma equipa de cientistas liderada por Juan Carlos Izpisua Belmonte já tinha criado um “embrião quimera”, termo adotado da mitologia grega, de humano+porco, que evoluiu durante 28 dias, que continha uma célula humana em cada 100.000 células.

Agora, especialistas das universidades da Califórnia e de Stanford, nos EUA, fizeram o mesmo, mas com ovelhas e numa proporção bastante maior: “aproximadamente 1 célula humana em cada 10.000 células”, explica Pablo Ross, um dos membros da equipa, citado pelo The Guardian.

Trabalhar com ovelhas tem várias vantagens, destaca Ross, já que os seus zigotos se produzem mais facilmente por fecundação in vitro e são necessárias quantidades menores. No caso do porco, “normalmente transferimos 50 embriões para um destinatário”, enquanto que com as ovelhas “transferimos apenas quatro”.

Dos 28 dias de desenvolvimento, 21 estiveram dentro da ovelha, tendo sido, depois desse período, destruídos devido a restrições legais que proíbem esse processo entre espécies distintas por um período superior. Alguns especialistas estimam que, para obter resultados válidos, pelo menos 1% das células devem ser humanas e o tempo de desenvolvimento deveria ser estendido por até 70 dias, pelo menos.

Este avanço científico poderia permitir resolver a escassez de órgãos para realizar transplantes. De acordo com Bruce Whitelaw, professor de biotecnologia animal, trata-se de “um passo importante para explorar se as ovelhas são uma opção para o emocionante projeto ‘quimérico'”.

Por outro lado, as organizações que defendem os direitos dos animais protestam contra este tipo de experiências, que geram preocupações éticas sobre se essas “quimeras” acabariam por ter mente humana.

Hiro Nakauchi, da Universidade de Stanford, argumenta que “a contribuição das células humanas é muito pequena até agora” e isto “em nada se parece com um porco com rosto ou cérebro humano”.

Os resultados foram apresentados no fim de semana, durante o encontro anual da Associação para o Avanço da Ciência nos EUA, em Austin, no Texas, EUA.

4 Comments

  1. “Mais um passo no sentido de poder usar animais para c e assim poder…”

    Mais um passo para quê, caro ZAP? O “c” é referente a quê? É para comer ou apenas para coisar?

  2. É lamentável que não se procurem outras soluções para obter órgãos para transplante. É abusivo utilizar animais para esse efeito. É excessivo o uso de animais em laboratório. Há certamente outras opções eticamente mais sensatas.

    • Pronto, então se alguem precisar de algum orgão aqui o João Carlos Lopes disponibiliza-se para tal, podem tirar o que precisare!!

      Que idiota, os orgãos humanos só existem nos HUMANOS, não crescem nas arvores! Volta para a primária ó Antilope…

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