Consagrado cientista russo acusado de traição morre em prisão domiciliária

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(dr) arcticas.ru

O cientista russo Valery Mitko

O cientista russo Valery Mitko, de 81 anos, colocado sob prisão domiciliária há dois anos após ter sido acusado de alta traição, morreu no domingo depois de sofrer um ataque cardíaco.

Segundo o grupo de direitos humanos Pervy Otdel, citado pela RFE, o investigador, que foi presidente da Academia Ártica de Ciências, tinha sido proibido de dar passeios regulares fora do seu apartamento, em São Petersburgo, na Rússia.

Mitko foi colocado sob prisão domiciliária em fevereiro de 2020 por alegadamente ter transferido materiais classificados para a China durante as visitas que fazia ao país enquanto professor.

O cientista negou as acusações, com a defesa a insistir que os únicos materiais que levou para a China estavam relacionados com o seu trabalho científico e de ensino.

Os meios de comunicação russos afirmaram na altura que Mitko – nascido na Ucrânia soviética –  foi acusado de fornecer dados sobre a investigação hidroacústica e a deteção de submarinos aos serviços secretos chineses, enfrentando até 20 anos de prisão, de acordo com o Moscow Times.

“Apesar de tudo, Valery Bronislavovich aguentou-se bem, brincou muito, e estava determinado a lutar até ao fim”, referiu o grupo Pervy Otdel. No entanto, “o stress das acusações injustas e das condições da sua detenção começaram a fazer-se sentir”, acrescentou ainda.

De acordo com o grupo, nos últimos dois anos e meio o cientista tinha sido hospitalizado várias vezes. “Há uns dias foi trazido de volta [para casa] numa maca, sem condições para andar ou sentar, quanto mais mais para cuidar da sua esposa acamada”, indicou a organização.

Durante anos, os cientistas russos foram encorajados a cooperar com colegas de outros países mas, recentemente, esses contactos levaram a que muitos fossem detidos ou presos, sob acusações de traição.

Os críticos do Kremlin dizem que as acusações provêm frequentemente de informações infundadas e de tentativas de asfixiar qualquer dissidência.

ZAP //

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