Um afamado cientista italiano diz que nos próximos anos a covid-19 poderá tornar-se uma simples constipação. Ainda assim, o especialista alerta que a evolução da pandemia depende de muitas variáveis.
Em declarações ao jornal transalpino Corriere della Sera, Giuseppe Remuzzi, diretor do Centro de Investigações Farmacológicas Mario Negri, em Milão, argumenta que a chegada de uma vacina não vai eliminar o novo coronavírus e acredita que as medidas de prevenção vão ter de ser mantidas pelo menos até 2024.
Dando o exemplo da mais recente vacina da Pfizer, Remuzzi defende que não vai acabar com o vírus, assemelhando-se às vacinas contra a gripe, que “protegem-nos da doença, mas não a farão desaparecer”.
A farmacêutica Pfizer revelou que dados provisórios sobre a vacina contra o novo coronavírus indicam que pode ser eficaz em 90% dos casos e que este mês pedirá o uso em situações de emergência nos Estados Unidos.
“Grande parte da população será imunizada, mas apenas com a condição de que as medidas de prevenção atuais sejam mantidas. Máscara, distanciamento social, lavagem contínua das mãos. Atualmente, nenhuma vacina será por si só capaz de extinguir a pandemia”, disse o especialista, citado pela Newsweek.
A chegada de vacinas e outras medidas de saúde pública vão fazer com que a covid-19 se torne “como uma constipação”, disse Remuzzi. Questionado sobre durante quanto tempo será preciso manter as regras atuais, o médico diz que “segundo um estudo da Nature, prevê-se que seja em 2024″.
Ainda assim, o cientista italiano realça que a evolução da pandemia depende de muitas variáveis e, por isso, “é impossível prever” a sua trajetória.
A duração da imunidade poderá variar “entre seis a oito meses”, o que “significa que teremos que ser vacinados todos os anos, como acontece com a gripe”. Além disso, Remuzzi prevê que sejam necessárias duas doses da vacina.
“Ter mais de uma [vacina] ajudará a aproximar da meta de cobrir todo o planeta e, enquanto isso, vai permitir que os cientistas aperfeiçoem-nas no decorrer dos trabalhos”, disse ainda Remuzzi.
Quanto à prioridade de administração da vacina, o especialista diz que a resposta é lógica: “Para todos os profissionais de saúde e para as pessoas mais vulneráveis. Depois, continuar, dos maiores de 60 anos, até aos grupos de menor risco da população”.
Coronavírus / Covid-19
-
20 Outubro, 2024 Descobertas mais provas de que a COVID longa é uma lesão cerebral
-
6 Outubro, 2024 A COVID-19 pode proteger-nos… da gripe