Vinte e três anos depois, a autarquia de Christchurch, na Nova Zelândia, decidiu despedir Ian Brackenbury Channell, o famoso feiticeiro da cidade.
Desde 1998 que Ian Brackenbury Channell era o “feiticeiro de Christchurch”, sendo responsável por “atos de feitiçaria” e por promover a cidade neozelandesa (um trabalho que lhe garantia um ordenado de 16 mil dólares australianos por ano, ou seja, cerca de 10 mil euros).
Mas agora, conta a BBC, o seu reinado no mundo da feitiçaria chegou ao fim, com a autarquia a dizer que a cidade está a apostar numa direção mais moderna. Por seu lado, Channell, de 88 anos, mostrou não estar muito preocupado com o fim do contrato, dizendo que também já não se enquadrava nas “vibrações” da cidade.
“Dizem que sou chato e velho, mas não há ninguém como eu em Christchurch. Não gostam de mim porque são um bando de burocratas velhos e chatos que não têm imaginação”, afirmou ao site de notícias Stuff.
Segundo o site All That’s Interesting, é verdade que, em parte, a sua demissão acontece porque os neozelandeses já não se divertem tanto com a sua figura como antes. Mas também devido aos polémicos comentários sobre mulheres que fez, em abril, num programa satírico neozelandês.
No “New Zealand Today”, o mago disse que as mulheres “usam a sua astúcia para conseguir homens estúpidos” e aconselhou ainda: “Nunca batam numa mulher porque elas magoam-se com muita facilidade… e vão dizer aos vizinhos.”
Christchurch é a única cidade a ter um feiticeiro oficial desde 1982, segundo o site oficial. Além de ter sido uma atração turística, recorda a BBC, Channell ficou conhecido por fazer danças da chuva tanto na Nova Zelândia e na Austrália durante períodos de seca e por ter tido um papel de destaque durante os protestos contra a demolição de património classificado, após os sismos de 2011.
Nascido em Londres, o feiticeiro estudou Sociologia e Psicologia na Universidade de Leeds, tendo-se mudado depois para a Austrália, onde foi professor na Universidade de Nova Gales do Sul.
Nos anos 70, o inglês mudou-se para Christchurch, tendo-se tornado uma presença regular na praça central da cidade, onde falava, do alto de uma escada, vestido com a sua longa capa e usando um chapéu pontiagudo.
A polícia tentou detê-lo, o que só enfureceu os locais, por isso, a praça acabou por ser transformada numa área designada para falar em público. Em 1990, foi o próprio primeiro-ministro, na altura Mike Moore, a dizer que Channell deveria considerar tornar-se o feiticeiro oficial da Nova Zelândia.
Em declarações ao mesmo site, o britânico garantiu que vai continuar a andar pela cidade e a falar com as pessoas, como sempre fez. “Vão ter de me matar para me impedir.”
Nada mau…10 mil euros para ser feiticeiro…
Pedem habilitações em que área para concorrer?
É em regime de exclusividade ou posso trabalhar por fora?