A cidade chinesa de Xian, no centro da China, inaugurou uma pista especificamente idealizada para as pessoas que caminham pela rua enquanto olham para o telemóvel.
A pista foi criada na Avenida Yanta da histórica capital imperial chinesa, e alguns sinais escritos sobre o pavimento indicam que é exclusiva para os “ditouzu“, ou “cabeças abaixadas”, que é a forma com a qual os chineses em algumas ocasiões se referem aos mais viciados no telemóvel.
O espaço na calçada, pintada de vermelho, verde e azul para que seja diferente do resto do pavimento, tem 100 metros de extensão e 80 centímetros de largura, e segundo o “Shaanxi Online News” foi criado a pedido de um centro comercial.
Aparentemente, a calçada é perigosa para os utilizadores do telemóvel, mais distraídos do que o habitual, para mais porque muitos veículos têm o costume de a invadir, o que, segundo os promotores da ideia, tornava necessário a criação de uma nova pista.
A pista de Xian foi muito comentada nas redes sociais chinesas, embora alguns tenham dito que se tratava de uma “piada” ou para promover a zona comercial.
Mas a ideia de criar pistas para utilizadores de telemóvel não é nova. Em 2015, a cidade de Antuérpia, na Bélgica, criou faixas pedonais para pessoas que escrevem ao telemóvel enquanto andam, “para evitar que choquem com os demais peões”. Estas pistas, chamadas “text walking lanes“, foram criadas porque muitas pessoas têm estragado os seus telemóveis por colidirem na rua com outros transeuntes.
Também a Câmara Municipal de Bodegraven, no sul da Holanda, instalou o ano passado uma espécie de “semáforo” no chão para alertar os peões viciados no telemóvel e informar quando é seguro atravessar a rua.
“Os telemóveis de última geração são as principais distrações que causam atropelamentos. Nos Países Baixos e no mundo todo”, explicou Dolf Roodenburg, responsável pela gestão do trânsito naquela cidade.
A China é o país do mundo com mais utilizadores de telemóvel: mais de 1,400 milhões, superando inclusivamente a população total do país. Mas, segundo a BBC, estima-se que já haja mesmo mais telemóveis do que pessoas no planeta.
ZAP // EFE