A CIA não estava preparada para prender e interrogar suspeitos da Al-Qaeda após os atentados de 11 de setembro de 2001, e os métodos de interrogatório utilizados foram “repugnantes”, disse hoje o diretor da agência de informações norte-americana.
“A CIA navegou em terreno desconhecido, não estávamos preparados. Tínhamos pouca experiência na detenção de prisioneiros e poucos agentes estavam formados para conduzir interrogatórios”, disse o diretor da CIA, John Brennan durante uma conferência de imprensa.
“Os métodos de interrogatório usados foram repugnantes“, acrescentou Brennan.
O responsável dos serviços de informações norte-americanos fazia referência ao relatório da Comissão sobre Serviços de Informação do Senado dos Estados Unidos, divulgado na terça-feira, onde se conclui que as técnicas de interrogatório CIA “foram ineficazes e brutais”, e “bem piores do que foi descrito pela CIA” aos membros do Congresso.
O documento é uma versão editada de um meticuloso relatório de inquérito parlamentar que denuncia a detenção secreta de uma centena de homens suspeitos de terem ligações com a rede terrorista Al Qaeda,
Em 20 conclusões implacáveis para a CIA, o resumo do relatório acusou ainda a agência norte-americana de serviços secretos externos de ter submetido 39 detidos a métodos considerados como brutais durante vários anos, alguns dos quais não autorizados pelo executivo norte-americano.
ZAP / Lusa