A agência do serviço de informações dos Estados Unidos da América (CIA) lançou uma nova versão do seu portal na internet, pretendendo diversificar os quadros da agência sediada no estado da Virgínia.
“Percorremos um longo caminho desde que me candidatei, simplesmente através de uma carta que dizia ‘CIA, Washington, D.C.'”, afirmou a diretora da agência, Gina Haspel, na agência desde 1985.
Citada pela Associated Press, Haspel afirmou que espera que o novo portal estimule o interesse dos norte-americanos e lhes dê a ideia de um “ambiente dinâmico que os aguarda”.
Haspel, a primeira mulher diretora da CIA, cargo que ocupa desde maio de 2018, tornou o recrutamento como uma prioridade da agência, que desde então realizou campanhas em serviços de streaming e reforçou a sua presença nas redes sociais.
Além de Haspel, os cinco ramos da agência são liderados por mulheres, incluindo os de ciência e tecnologia, operações e inovação digital.
Durante o ano passado, a CIA nomeou Ilka Rodriguez-Dias como a primeira responsável para as relações hispânicas.
“A CIA nunca tinha estado no meu radar”, escreveu num texto publicado pelo jornal Miami Herald depois de alcançar o cargo.
“Não achava que encaixasse no perfil. No fim de contas, todos os espiões que tinha visto na televisão eram homens anglo-saxónicos da Ivy League [das principais universidades privadas norte-americanas], não latinas de Nova Jérsia”, disse então Rodriguez-Diaz, que está há mais de trinta anos na agência.
De acordo com um relatório realizado pelo gabinete do Diretor dos Serviços Nacionais de Informações, com dados de 2019, 61% dos quadros das mais de 12 agências de espionagem norte-americanas eram homens, enquanto 39% eram mulheres.
Negros ou afro-americanos (12%), hispânicos (7%) e asiáticos (4%) representavam as minorias mais presentes nestas agências.
“Mesmo com todos os desafios colocados por 2020, foi um ano de destaque para o recrutamento da CIA. Os próximos caloiros são o terceiro maior número em dez anos e representam a mais diversa reserva de talentos, incluindo pessoas com deficiências, desde 2010″, afirmou a porta-voz da CIA, Nicole de Haay, citada pela AP.
Um relatório apresentado pelo órgão responsável pela Auditoria, Avaliações e Investigações do Congresso dos Estados Unidos em dezembro apontou que a comunidade dos serviços de informações deve tomar passos para aumentar a diversidade.
O documento apontou que “nos últimos anos, a comunidade demonstrou o seu compromisso com a diversidade ao tomar passos para aumentar a proporção de mulheres, minorias éticas ou raciais e de pessoas com deficiências” nos seus quadros, mas que “ainda que algum progresso tenha sido feito”, a representação “continua abaixo dos critérios comparáveis”.
ZAP // Lusa