Chipre acusa Turquia de impedir passagem de avião com 36 toneladas de material médico

As autoridades cipriotas acusaram na quarta-feira a Turquia de ter recusado acesso ao seu espaço aéreo a um avião fretado por Chipre, que transportava a partir da China 36 toneladas de material médico para o combate ao coronavírus.

Segundo avançou a agência Lusa, que cita a agência noticiosa local CNA, o ministro dos Transportes cipriota Yiannis Karousos afirmou que Ancara recusou fornecer ao piloto do avião autorização de sobrevoo no território turco. “O piloto (…) dirige-se de momento para o aeroporto de Moscovo na Rússia para (…) reabastecimento”, disse.

O ministro precisou que o avião, proveniente da China, foi forçado a aterrar na Rússia por não ter combustível suficiente para alcançar a ilha mediterrânica por um outro trajeto. O Chipre fretou este avião para se abastecer de máscaras cirúrgicas e luvas de proteção.

A República de Chipre, Estado-membro da União Europeia e que apenas controla dois terços da ilha, regista oficialmente 905 casos do novo coronavírus e 17 mortes. A autoproclamada República Turca de Chipre do Norte (RTCN), apenas reconhecida por Ancara, aponta para 108 casos de infeção e quatro mortes.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros cipriota foi informado do incidente e vai emitir um protesto diplomático oficial, indicou Karousos. As autoridades cipriotas emitem protestos regulares dirigidos à Turquia, que acusam de impedir o acesso dos navios com pavilhão cipriota aos seus portos e a entrada no seu espaço aéreo dos aviões cipriotas.

A República de Chipre impôs em meados de março um estrito confinamento, com recolher obrigatório noturno, e encerrou o comércio não essencial, medidas que foram recentemente aliviadas.

A nível global, segundo um balanço da agência AFP, a pandemia já provocou mais de 292 mil mortos e infetou mais de 4,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.

Lusa //

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