China vai submeter todo o correio internacional a testes de PCR

A empresa estatal de correios China Post vai submeter todas as cartas e encomendas que chegam à China oriundas do estrangeiro a testes de PCR, para reduzir o risco de infeções por covid-19.

Esta medida surge depois de as autoridades de saúde terem atribuído surtos recentes ao contacto com correio internacional.

Em comunicado nas redes sociais, o China Post descreveu a medida como uma “barreira adicional”, para impedir a transmissão do novo coronavírus através do contacto com objetos contaminados.

Um funcionário do China Post na Mongólia Interior, no norte do país, disse à televisão estatal CCTV que o correio seria entregue 14 a 20 horas após a obtenção de um resultado negativo no teste de PCR.

Após desinfeção e isolamento durante 24 horas, vamos abrir as embalagens e testar o seu conteúdo, com o consentimento do destinatário (do correio)”, explicou o responsável.

A China, que mantém uma política severa de “tolerância zero” à covid-19, atribuiu alguns dos surtos das últimas semanas ao contacto com encomendas oriundas do exterior.

O primeiro caso detetado da variante Ómicron em Pequim deveu-se, segundo as autoridades sanitárias do país, ao contacto com encomenda proveniente do Canadá e desencadeou cautela em relação ao correio internacional.

Houve casos de pessoas cuja aplicação usada na China para identificar o risco de contágio do usuário, e permitir o seu acesso a locais públicos, mudou de verde, para laranja — cor que identifica como contacto de risco –, após receberem correio oriundo do estrangeiro.

A tese chinesa de que o contágio é possível através do contacto com correio contaminado ou através de produtos congelados foi refutada por grande parte da comunidade científica internacional, que considera que o vírus não consegue sobreviver tanto tempo em superfícies.

Segundo dados da Comissão Nacional de Saúde da China, o país somou 109.526 positivos desde o início da pandemia e 4.636 mortes.

// Lusa

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