A Lituânia bateu o pé à China e Pequim retaliou em peso. A pequena nação báltica não tem medo de entrar no ringue e digladiar-se com a China.
Um popular telemóvel de fabrico chinês vendido na Lituânia tinha uma característica oculta: um registo de censura de 449 termos proibidos pelo Partido Comunista Chinês.
Atempadamente, a pequena nação do Báltico recomendou que os seus políticos parassem de usar estes aparelhos e que o utilizador comum devia decidir “o seu próprio apetite pelo risco”.
O Centro de Segurança Cibernética do Ministério da Defesa da Lituânia publicou um relatório em que explica que o registo oculto encontrado nos telemóveis permite a deteção e censura de frases como “movimento estudantil”, “independência de Taiwan” e “ditadura”. A lista negra de termos censurados atualiza automaticamente.
A fabricante dos telemóveis chineses em questão, Xiaomi, diz que os seus dispositivos “não censuram as comunicações”.
Esta não é a primeira vez que a Lituânia bate o pé à China. Além de reconhecer Taiwan como uma nação independente, também se retirou de um fórum regional liderado pela China, que considerou divisivo para a União Europeia.
A China não gastou e retaliou. Pequim chamou de volta o seu embaixador, interrompeu viagens de um comboio de carga chinês para o país e tornou quase impossível para muitos exportadores lituanos venderem os seus produtos na China.
A verdade é que a Lituânia está a causar mais comichão à China do que os próprios chineses esperariam. A União Europeia planeia discutir esta batalha geopolítica na próxima semana.
Não está de parte a possibilidade de os restantes 26 estados-membros alinharem-se ao lado dos lituanos e também eles baterem o pé aos chineses, escreve o The New York Times.
A Lituânia não se deixa dissuadir facilmente, até porque a China não tem influência suficiente no país para o intimidar.
O manifesto pré-eleitoral do atual governo, no ano passado, incluía a promessa de “manter o valor dos princípios” na política externa “com países como a China”. Princípios esses que se assentam na democracia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, disse ao jornal norte-americano que o pequeno tamanho do seu país fez deles “um alvo fácil” para a China, que gosta “escolher os inimigos muito, muito, muito abaixo do seu tamanho, atraí-los para o ringue e depois transformá-los em papa”.
Wu Qiang, analista político em Pequim, diz que a Lituânia é mais importante para a China do que se possa pensar, devido ao seu papelcomocorredor de trânsito para comboios que transportam mercadorias da China para a Europa.
Além disso, “a China considera a Lituânia um museu para se salvar de um colapso semelhante ao soviético”, disse Qiang. A Lituânia foi o primeiro país a declarar independência da antiga União Soviética.
Linas Linkevicius, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, disse que o país está “exposto em muitas frentes”, nomeadamente com a Rússia e com a Bielorrússia.
Vamos ver:
movimento estudantil, independência de Taiwan e ditadura
Recorda-nos qualquer coisa…..
Antagonizar desnecessariamente a China, no que diz respeito a Taiwan, é uma manifestação de estupidez da parte dos lituanos, que lhes não trará qualquer benefício.
O quê?!
Mas a China agora já manda nos países que outros países podem o não reconhecer?
Taiwan é um país independente e NADA tem a ver com a ditadura chinesa.
Infelizmente, à custa do poder e influência chinesas, os países ocidentais foram passando de apoiantes de Taiwan para apoiantes da China e o resultado está à vista… um regime “nazi” a querer dominar o mundo em pleno séc. XXI.
Todos os países com algum peso em relações internacionais, incluindo os EUA, reconhecem Taiwan como fazendo parte da China (“one China policy”). Assim sendo não há nada a fazer senão aceitar a reunificação de Taiwan com a China. Recusar isso seria o mesmo que reconhecer o direito do Hawaii à independência, tendo em vista a maneira como os EUA se apoderaram do arquipélago.
Já agora, podes concluir com o teu incondicional apoio à anexação de Portugal a Esoanha…
Pois… esse é precisamente o problema!!
Vários países (principalmente os que deviam dar o exemplo por serem democráticos) venderam-se às vontades da ditadura capitalista da China e, para fazerem negócios com o gigante asiático, foram “vendendo o seus princípios”, incluindo o do reconhecimento oficial de Taiwan.
O resultado é a vergonha que se vai vendo – quanto mais a economia da China foi crescendo, mais “cobardes” foram abandonado o reconhecimento de Taiwan independente:
“Só 17 países resistem à China e mantêm relações diplomáticas com Taiwan”
DN 22 Dezembro 2016
Foreign relations of Taiwan – Wikipedia
Taiwan é um país muito diferente da China, muito mais civilizado e, acima de tudo, é o pais MAIS democrático da Ásia (e um dos mais democráticos do mundo – muito à frente dos EUA, por exemplo!); ao contrário da China, que é precisamente um dos países MENOS democráticos do mundo!
A comparação do Havai com Taiwan não faz qualquer sentido – 1º porque os EUA não são uma ditadura (muito menos das mais controladoras e opressoras do mundo, onde não há qualquer liberdade individual) e, principalmente porque no Havai ninguém se quer separar dos EUA.
De acordo com a Wikipedia “No estado americano do Hawaii, o ‘Hawaiian sovereignty movement’ (Hawaiian: ke ea Hawaiʻi) é um movimento cultural e político popular que pretende estabelecer uma nação autónoma ou independente do Hawaii em resultado do desejo de soberania, auto-determinação e auto-governo. Alguns grupos também defendem alguma forma de compensação da parte dos Estados Unidos pelo derrube em 1893 da Raínha Lili’uokalani, e pelo que descrevem como sendo uma ocupação militar proplongada iniciada com a anexação de 1898. O movimento considera ilegais tanto o derrube como a anexação. A ‘Apology Resolution’ aprovada pelo Congresso americano em 1993 reconhece o derrube do Reino do Hawaii em 1893 como sendo um acto ilegal.”
Parece assim que a questão do Hawaii é muito pior que a de Taiwan, visto que esta é reconhecida internacionalmente como fazendo parte da China.
TIMOR também, na opinião de Cavaco Silva e do então ministro dos negácios estrangeiros Durão Barroso, já fazia parte da Indonésia de forma irreversível!!!! e Portugal era demasiado pequeno para mudar a situação. De facto é bem mais difícil lutar pela democracia do que acomodarmo nos às situações.
É uma demonstração de “tomates” que os lituanos evidentemente têm bem no sítio e os outros – nós incluídos – não…
A china está a revelar-se a nova URSS, mas bastante pior e mais perigosa. Primeiro porque é uma potência militar e económica e que a ex-URSS nunca foi. Muito do que consumimos vem da China, basta ver-se o que aconteceu com o inicio da pandemia, mascaras, ventiladores e dezenas de outras coisas essenciais vêm da China. Mas nenhum país vence nada isolado. Se a Europa e os paises democráticos bloquearem as compras à China esta terá de moderar as suas ambições politicas e militares sobretudo no Oeste Asiático mas que também se começa a espalhar por Africa e América do Sul. Temos de os enfrentar unidos, mas a Europa infelizmente é um tigre de papel, sem qualquer palavra na diplomacia internacional, somos os bobos da corte que apenas contribuimos em dinheiro à custa dos europeus, mas militarmente ou de qualquer outra forma não temos poder de decisão nenhum. Uns bananas.
O que tira à Europa o poder de intervir na diplomacia internacional e lhe tira o poder de decisão, é o ter aceite ser um vassalo dos Estados Unidos. O principal inimigo da Europa e da sua independência não é nem a Rússia nem a China, são os Estados Unidos.
Vê se acordas… o principal inimigo da Europa é ela própria – ou seja, são os países europeus que não se convencem que não é a puxar cada um para seu lado e a fazer guerras baixas e surdas uns aos outros, todos contra todos, que se vai “para a frente”.
Bem verdade, infelizmente!…