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China arrisca ficar de cofres vazios a meio do ano

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Wu Hong / EPA

Edifício sede do Banco Central da China, em Pequim

A economia chinesa continua em maré de dificuldades e os Bancos de Investimento internacionais não têm boas expectativas para o curto prazo. Há analistas que vêem as reservas do país a esvaziarem-se.

O Banco Popular da China tem actuado na economia, nomeadamente desvalorizando o yuan e usando as “almofadas financeiras” para injectar capital no sistema financeiro, de modo a tentar travar a onda de declínio.

Mas esta intervenção poderá, no curto prazo, ter consequências ainda mais graves para a economia chinesa, conforme vaticinam especialistas do Société Générale, um dos maiores bancos da Europa com sede em França.

Num relatório publicado nesta semana, a instituição alerta que as reservas nos cofres chineses podem evaporar-se em cerca de seis meses, o que colocaria a China à mercê dos investidores internacionais.

As reservas chinesas totalizavam 3,33 biliões de dólares (cerca de três biliões de euros) em Dezembro de 2015, segundo dados oficiais do país. Neste fim-de-semana, devem ser conhecidos os novos dados actualizados.

Contudo, a tendência de queda nas reservas, verificada desde 2014, faz temer o pior cenário.

“As reservas da China já caíram em 663 mil milhões de dólares [594 mil milhões de euros], desde meados de 2014, e um declínio maior desta escala começaria a enfraquecer seriamente a capacidade das autoridades chinesas controlarem a moeda e de mitigarem a futura balança de pagamentos”, alerta a representante do Société Générale para a economia chinesa, Wei Yao, citada pelo site MarketWatch.

“Ao ritmo actual, o Banco Popular da China apenas conseguirá defender a moeda nacional por mais dois ou três trimestres“, avisa ainda a economista.

O estratega global do Société Générale, Albert Edwards, também citado pelo MarketWatch, estima que as reservas de moeda estrangeira caíram em cerca de 120 mil milhões de dólares só em Janeiro.

Este especialista vaticina que a queda deverá continuar nos próximos meses.

“Quando as reservas chegarem a 2,8 biliões de dólares [2,5 biliões de euros] – o que, a este ritmo, deverá levar apenas mais alguns meses – as reservas de moeda estrangeira cairão para baixo do nível mínimo recomendado pelo FMI”, salienta Albert Edwards.

Num cenário destes, o Banco Popular da China poderá ser obrigado a deixar o yuan flutuar livremente, perdendo a capacidade para defender o valor da moeda, o que será dramático para a economia do país mais populoso do mundo e, consequentemente, para a economia mundial.

ZAP

2 Comments

    • Desculpe mas não concordo. Seria mais proveitoso aconselharem-se com o Ricardo Salgado o Álvaro Sobrinho com a supervisão sempre ”legal” do Rui Rangel. Assim sim.

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