Cuidado com as “chamadas mudas”. Portugal alvo de onda de burlas em massa

O esquema começa com uma chamada muda que pretende verificar o número da vítima, seguindo-se outra chamada onde os burlões garantem que tem uma carteira de criptomoedas prestes a ser encerrada.

Portugal está a ser visado por uma onda de burlas telefónicas que envolvem falsas chamadas nacionais, alerta o Gabinete de Cibercrime da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Estas fraudes utilizam dados reais das vítimas para convencê-las de que possuem uma valiosa carteira de criptoativos prestes a ser encerrada, instigando-as a abrir uma nova conta para salvar “milhares de euros”.

Além disso, foi identificado um número elevado de chamadas “mudas” que têm como objetivo testar a validade dos números para futuros esquemas fraudulentos, aponta o JN.

Segundo a PGR, estas fraudes, conhecidas como “spoofing”, aparentam ser chamadas nacionais, mas a pessoa do outro lado da linha fala em inglês, geralmente com sotaque do subcontinente indiano.

Os burlões sabem o nome da vítima e afirmam ser gestores de carteiras de criptoativos, alegando que o email da pessoa está associado a uma conta com grandes quantias em criptomoedas.

A urgência é criada ao mencionar que a conta está inativa e prestes a ser fechada, incentivando a vítima a depositar centenas de euros numa nova conta virtual. No entanto, a conta e os criptoativos são fictícios, e o dinheiro é transferido para criminosos internacionais que rapidamente desaparecem.

Esta campanha é mais sofisticada do que burlas telefónicas aleatórias, já que os criminosos utilizam listas com dados reais das vítimas, provavelmente adquiridos através de acessos ilícitos a servidores.

Estas informações pessoais (nome, telefone, e email) conferem credibilidade ao esquema, reforçado pelo uso de tecnologia que falsifica os números de telefone, fazendo-os parecer de origem portuguesa.

Além das burlas diretas, a PGR identificou uma segunda campanha envolvendo chamadas “mudas”, que caem poucos segundos depois de atendidas. Estas chamadas são automatizadas e têm como propósito validar números telefónicos, preparando o terreno para futuras fraudes via chamada ou SMS.

Os dados das vítimas são geralmente obtidos na “darkweb”, onde são transacionados em listas de contactos. Os burlões chegam até a criar plataformas falsas onde as vítimas podem “visualizar” as suas carteiras digitais e saldos, tudo parte da manipulação.

As autoridades recomendam cautela ao atender chamadas de números desconhecidos e que nunca se partilhem credenciais bancárias ou senhas via telefone.

ZAP //

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