Tiago Petinga / Lusa
O presidente da CGD, Paulo Macedo
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a preparar-se para vender a sua posição na Águas de Portugal (AdP) à Parpública, que ficará com a totalidade do capital da “holding” que gere o sistema de águas.
De acordo com o Jornal de Negócios, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem, atualmente, 19% da Águas de Portugal (AdP), enquanto a Parpública detém os restantes 81% – devendo ficar com a totalidade da holding após a operação de venda.
O jornal adianta esta quarta-feira que o Governo já autorizou a venda dos 19% que o banco público detém à Parpública. A autorização foi dada no ano passado, quando Mário Centeno ainda detinha a pasta das Finanças. O despacho do então secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Novo, foi assinado a 5 de junho, 11 dias antes de a nova equipa das Finanças, liderada por João Leão, tomar posse.
Fonte oficial do Ministério das Finanças garantiu ao Jornal de Negócios que “não está ainda definida a data de realização da operação”, não tendo respondido em relação ao valor a que a venda pode vir a ser feita.
Na remodelação governamental, Álvaro Novo saiu, entrando para o seu lugar Miguel Cruz, que era, à data, presidente da Parpública. Na equipa de João Leão entrou também para a secretaria de Estado das Finanças João Nuno Mendes, que foi presidente da AdP até novembro de 2019.
Miguel Cruz e João Nuno Mendes ainda não estavam no Governo quando o despacho a autorizar a venda dos 19% da AdP à Parpública foi assinado, recorda o Jornal de Negócios.
Não havendo dados recentes sobre a avaliação da AdP, no final de 2017, a CGD quantificava em 171,3 milhões de euros o valor da sua posição – o que significaria um valor total para a empresa de águas na ordem dos 900 milhões. Já a Parpública tem registado no balanço o custo de aquisição da sua participação de 81% na AdP de 540 milhões de euros.
