A Caixa Geral de Depósitos (CGD) terá utilizado informação confidencial sobre centenas de contribuintes obtida através de uma rede de corrupção nas Finanças com ligações ao ex-dirigente do Sporting Paulo Pereira Cristóvão.
O Jornal de Notícias avança que a Polícia Judiciária (PJ) descobriu dados pessoais e reservados de contribuintes destinados à CGD na posse de uma rede de corrupção nas Finanças.
De acordo com o jornal, que consultou o processo, os dados sobre a situação patrimonial de clientes da Caixa tinham sido encomendados por uma colaboradora externa da instituição bancária, Helena Figueiredo – acusada de corrupção ativa e que aguarda julgamento -, a uma funcionária das Finanças de Lisboa, Virgínia Freitas, que aguarda julgamento por corrupção passiva.
A colaboradora teve contrato com a CGD entre 5 de agosto de 2008 e janeiro de 2011.
O MP acusou Paulo Pereira Cristóvão – antigo vice-presidente do Sporting, que foi também inspetor da Polícia Judiciária – de corrupção ativa, por obtenção de dados sigilosos de 196 árbitros de futebol através de três funcionários da Autoridade Tributária.
Estes funcionários também passaram informações confidenciais a outros nove arguidos no processo: três advogados, um engenheiro, dois técnicos oficiais de contas, um comercial, um gráfico e uma colaboradora de um banco.
“No essencial ficou suficientemente indiciado que os arguidos com ligação à Autoridade Tributária forneciam aos demais arguidos, a troco de dinheiro, informação sigilosa a que acediam através das bases de dados tributárias, faziam constar de documentos oficiais dados que não eram verdadeiros e procediam ao tratamento de questões fiscais de forma privilegiada”, relata o MP.
O processo, que implica 12 arguidos – entre eles vários funcionários da repartição de finanças -, surge na sequência de escutas telefónicas. O acórdão será lido no dia 27.
ZAP
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