“CES de Boaventura recebeu do Estado mais do triplo dos milhões atribuídos ao IPO do Porto”

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Milton Martínez / Secretaría de Cultura de la Ciudad de México

Boaventura de Sousa Santos

A Iniciativa Liberal questiona a legitimidade do financiamento público atribuído ao Centro de Estudos Sociais (CES) que era liderado por Boaventura de Sousa Santos até ao seu envolvimento no escândalo de assédio sexual, criticando que é “mais do triplo” do que recebe o Instituto de Oncologia do Porto.

Em causa estão as verbas atribuídas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), uma entidade pública, para investigação.

“O CES teve acesso a um financiamento total da FCT de 3,6 milhões de euros entre 2020 e 2023, muito mais do que qualquer outro centro de investigação em ciências sociais neste país”, apontou o deputado da Iniciativa Liberal (IL), Carlos Guimarães Pinto, no Parlamento.

“Para termos a noção da proporção, isto é mais do triplo do que recebeu da FCT o Centro de Investigação do Instituto Português de Oncologia do Porto“, referiu ainda o deputado.

Carlos Guimarães Pinto reforçou que o CES, que integra a Universidade de Coimbra, recebeu “mais, sozinho”, em “financiamento base, do que os Centros de Investigação em Economia das Faculdades de Economia do Porto, da Universidade Nova e da Universidade do Minho”.

Uma situação que causa estranheza à IL que critica os temas abordados pelas investigações realizadas sob a tutela do CES, frisando que “são sempre os mesmos: anti-capitalismo, contra as democracias liberais ocidentais e a instigação de uma agenda sectária intolerante, assente no conflito permanente”.

“O CES não é um centro de investigação científica, é um viveiro intelectual da esquerda mais radical“, acusou ainda Carlos Guimarães Pinto, falando do “financiamento público de agendas partidárias” e considerando que esse dinheiro não vai para “investigação científica séria”.

Além disso, o deputado revelou que, na última avaliação independente de que o CES foi alvo, o painel avaliador foi liderado pela professora Sue Scott. “Esta mesma avaliadora, supostamente independente, tornou-se membro de um órgão do CES logo a seguir ao fim da própria avaliação”, o que demonstra um “evidente conflito de interesses”, segundo Guimarães Pinto.

“Não retirem fundos aos verdadeiros cientistas”

A intervenção de Carlos Guimarães Pinto surgiu no meio do debate parlamentar sobre a política sectorial da Ciência e do Ensino Superior.

“Não retirem fundos aos verdadeiros cientistas”, afirmou o parlamentar, questionando a ministra da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Elvira Fortunato, sobre se considera que “é legítimo” o financiamento concedido ao CES.

Elvira Fortunato não respondeu e referiu que, quanto ao alegado conflito de interesses,  “a questão teria de ser colocada à FCT” que “coordena a avaliação” dos centros de investigação científica para efeitos de obtenção de financiamento público para a execução de projectos.

O CES tem estado nas notícias depois de três investigadoras que passaram pelo Centro terem denunciado situações de assédio e violência sexual, visando os investigadores Boaventura de Sousa Santos e Bruno Sena Martins.

Os dois homens acabaram por ser suspensos de todos os cargos que ocupavam no CES até ao apuramento das conclusões da comissão independente que vai averiguar as acusações.

Tutelada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, a FCT é a principal entidade que subsidia a investigação científica em Portugal.

PS diz que IL quer “atacar a liberdade de investigar”

Perante as declarações do deputado da IL, a deputada do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua, acusou-o de querer “acabar com a avaliação independente dos centros de investigação”.

Já o deputado único do Livre, Rui Tavares, criticou a IL por “atacar a liberdade de pensar, ensinar e investigar”.

O deputado do PS Tiago Estevão Martins categorizou como “inqualificável e inarrável” a intervenção de Carlos Guimarães Pinto. “Um cheiro a bafio que não se admite nesta casa”, ironizou, acusando a IL de querer “escolher os centros de investigação para onde vai o dinheiro”.

“Todos podem pensar no que quiserem desde que concordem com ele”, assinalou ainda Tiago Estevão Martins.

ZAP // Lusa

9 Comments

  1. Pois,
    Centros, Institutos, IPSS, Fundações, Associações, organizações disto e daquilo…. tudo entidades que na esmagadora maioria das vezes são um sumidouro de dinheiros públicos, sem qualquer critério, e que pouca coisa dão em troca ao povo português.
    O governo pratica extorsão de dinheiro a pessoas e empresas, para depois despejar no colo dessas entidades uma parte considerável do saque, cuja fim pouco mais é do que o enriquecimento ilícito de alguns.
    E, infelizmente, estes casos não são nada Raríssimsas….

  2. Agradeçamos ao Governo que assim privilegia as Esquerdas em detrimento das necessidades dos Contribuintes cujo dinheiro só serve a causa das politiquices em vez de bem comum. Sem ser de pasmar é pelo menos de espantar a falta de vergonha com que se organizam debates TODOS COM ELEMENTOS BEM CONHECIDOS DO BLOCO DE ESQUERDA: Fernando Rosas, Francisco Louçã, Mariana Mortágua, etc., etc..
    TRÊS VEZES MAIS SUBSÍDIOS PARA O CES (CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS) QUE SÒ SERVE ALGUNS, DO QUE PARA O IPO (INSTITUTO PORTUGUÊS DE ONCOLOGIA) QUE SERVE TODOS? Só na Anedota de País em que transformaram Portugal

  3. Não fosse o trabalho sério de um deputado como CGP, e continuávamos sem saber como são gastos mais uns milhões dos nossos impostos para alimentar um a agenda de empobrecimento deste País.

  4. O financiamento da FCT é com base em apoios comunitários em que é necessário ter projectos e ideias para concretizar e que sejam aceites cientificamente pelos parametros Europeus .
    Se o IPO não é um Centro científico, mas clínico, vejamos lá. O IPO recebe de outros organismos. A comparação é grosseira.
    Depois politizar a neutralidade da investigação científica do CES não tem fundamento. Olhar para Bonventura e generalizar todos os trabalhos é errado.
    Todos os anos há muito financiamento Europeu nao utilizado por nao haver projectos aceites pela Europa ou porque os institutos Portugueses nao SE aplicam Nessa materia (que é complicada). O CES está NUM nível bastante elevado de investigação na área. Não o pode comparar com o IPO, mas com os devidos centros de investigação das outras universidades de Lisboa, Porto, Aveiro, Minho, etc. E Vai perceber o quanto estes investigadores SE aplicam para colocar Portugal entre os melhores na Europa e no mundo.
    AO inves da política Portuguesa, com os niveis de corrupcao mais elevados da Europa em que 90% das pessoas assume a normalidade dessa corrupção.
    Talvez quereria comparar o CES com o IMM (instituto de medicina Molecular)? Consegue dar Uma filiação política à repetição dos temas que Investigam? Ou Vai basear-se apenas no seu fundador e no que aparece nas notícias e nos interesses partidários? Parece-lhe lógico o IMM receber mais fundos científicos do que o IPO?

    • A ser verdade o que se diz, seria interessante desenvolver um estudo para perceber em que medida o poder silencia e aparentemente tudo cega à volta. Das muitas dezenas de investigadores do CES, aparentemente ninguém ouviu ou viu nada. O poder e a vontade de estar próximo deste, cega?!

  5. O Estado deveria ser laico também no financiamento de uma ideologia em detrimento de outras. O Estado é descaradamente de esquerda com o PS, BE e PCP infiltrados por todo o lado, gerindo dinheiros públicos em proveito próprio. Abram os olhos!

  6. Esses centros, tal como muitas das bolsas de investigação, são meros chupa-chups cala boca. 90% dos temas investigados não têm interesse algum , muito menos revertem em saldo positivo pra sociedade portuguesa.

  7. Quem se manifestou contra a intervenção do deputado da IL? BE, Livre ( basta uma trotinete para deslocar todos os seus deputados) e PS? Então é verdade o que a IL investigou e denunciou e os “contra” só estão a tentar defender o seu financiamento “porta do cavalo”.
    Alguém sabe para que serve o CES? Alguém teve acesso a alguma investigação do CES? Podem dar me 3 milhões que eu prometo 234 páginas A4 com uns dichates lá escritos e ainda poupam na vergonha dos escândalos sexuais.

  8. Todo o dinheiro gasto com as matérias que a esquerda e extrema esquerda estuda é uma verdadeira delapidação dos nossos pesadissimos impostos sem qualquer utilidade. Para que servem os “estudos”, debates, palestras, grupos de trabalho, etc, que se dedicam ás causas fraturantes ( lésbicas, gays, trans, etc, etc,e outras temáticas) para o progresso e a grande maioria da sociedade portuguesa? Qual a percentagem de portugueses que se interssam por isto? 1 por mil? Menos? Quem quer saber destas comunidades, que fazem aqueles cortejos grotescos? O Estado pagar o ordenado aos professores, bolseiros, principalmente bolseiras de ideias desempoeiradas e demais anexos que por lá ” trabalham” e manter(rendas, agua,luz, papel higienico e outros papéis, computadores, etc estes centros e afins) seria pouco? Ainda tem de dar milhões por fora para sustentar um bando de inúteis? Quando as bolseiras se zangam lá aparecem os abusos sexuais na comunicação social das virgens ofendidas, mulheres livres, modernas,independentes, mas que, subitamente, se transformam em mulheres ofendidas e conservadoras. Podiam comer e bem do orçamento e nao virem com estas historietas de tempos a tempos ocupar quem não quer saber disso para nada. Comam e calem!

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